[ciência aberta]Tese / defesa de doutorado: "Bens comuns intelectuais e mercantilização"

Miguel Said Vieira msv em dev.full.nom.br
Sexta Maio 30 01:25:36 UTC 2014


Olá,

escrevo para contar que concluí minha tese de doutorado ("Bens comuns
intelectuais e mercantilização"); e para -- se você estiver em São Paulo
--  convidá-lo/a para a defesa: será nesta 2a.-feira (2/6), às 14h, na
Faculdade de Educação da USP, bloco B, sala 114.

A tese pode ser baixada aqui:
<http://impropriedades.wordpress.com/2014/05/26/tese-de-doutorado-os-bens-comuns-intelectuais-e-a-mercantilizacao/>.
Mais abaixo vai o resumo.

Após a defesa, lá pelas 19-20h, deve rolar uma bebemoração.
Provavelmente será no Amigo Leal (Rua Amaral Gurgel, 165), mas mande-me
um SMS se você quiser que eu confirme na hora: 11 98544-5430.

Abraços,
Miguel S Vieira

> Esta tese investiga as relações entre os bens comuns intelectuais e a
> mercantilização, e os efeitos dessas relações, principalmente para o
> universo da educação. Seus objetivos centrais são: apresentar as
> principais teorias sobre bens comuns, e avaliá-las quanto à capacidade
> de detectar e equacionar essas relações, e quanto à adequação para
> abordar bens comuns intelectuais; analisar se bens comuns e
> mercantilização são incompatíveis, e até que ponto podem coexistir;
> verificando, em casos existentes de novos modelos de negócio que
> envolvem o compartilhamento de bens intelectuais, se a mercantilização
> pode surgir a partir de bens comuns intelectuais, e indicando, em caso
> positivo, se o "saldo" resultante de compartilhamento e
> mercantilização nesses diferentes modelos é socialmente positivo ou
> não. A análise da mercantilização é feita de uma perspectiva
> conceitual (baseada em Marx e Polanyi) e histórica, abordando a
> transição do feudalismo ao capitalismo (e sua relação com o cercamento
> dos bens comuns), a ascensão do neoliberalismo, e o avanço de
> mecanismos específicos de mercantilização de bens intelectuais (a
> propriedade intelectual e os sistemas de travas tecnológicas). A
> análise das teorias de bens comuns centra-se numa leitura crítica da
> corrente mais consolidada: a neoinstitucionalista, formada em torno
> dos trabalhos de Elinor Ostrom; avalia-se seus principais méritos (a
> refutação empírica da noção da "tragédia dos comuns"; e a
> identificação dos "/design principles/" frequentes em bens comuns
> longevos), pressupostos (como o individualismo metodológico e a teoria
> da escolha racional) e limitações (como "pontos cegos" em relação a
> poder e desigualdade, e a restrição à escala local). Discute-se ainda
> autores que apresentam abordagens alternativas, como aqueles mais
> próximos ao marxismo (e, em particular, Hardt & Negri), e as
> complementaridades e contrapontos que oferecem à corrente
> neoinstitucionalista, particularmente quanto às limitações nela
> identificadas. Em relação à aplicação dessas teorias a bens
> intelectuais, detecta-se a ampla influência da categorização econômica
> de bens (utilizada na corrente neoinstitucionalista), e argumenta-se
> pela necessidade de uma categorização mais dialética; recomenda-se
> ainda uma nova abordagem para o "princípio" das fronteiras. Discute-se
> as relações da educação com a mercantilização e os bens comuns,
> apontando os efeitos de ambos sobre as possibilidades de acesso e
> apropriação de bens intelectuais. Por fim, a tese apresenta e analisa
> cinco casos relacionados a novos modelos de negócio que envolvem
> compartilhamento de bens intelectuais. Conclui-se que em todos eles há
> a possibilidade de surgimento de mercantilização, de diversas formas,
> mas que o "saldo" resultante de mercantilização e compartilhamento
> varia; esses casos são, do melhor ao pior saldo: o /crowdfunding /(em
> que pode ocorrer mercantilização dos serviços de intermediação); o
> acesso aberto "ouro" (em que há mercantilização do espaço de
> publicação, que assume forma particularmente nociva nos "periódicos
> predatórios"); dois casos ligados à participação de empresas no
> desenvolvimento do software livre (o Android e os /patches/ "ck", em
> que os projetos podem ser direcionados --- na gestão e pelo custeio
> --- de modo a favorecer estrategias comerciais de empresas); e a
> publicidade comportamental online (em que ocorre uma mercantilização
> de segunda ordem: a da audiência).

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