[okfn-br] A caixa d’água como mini-usina hidrelétrica

Jorge Machado machado em usp.br
Segunda Setembro 15 23:28:25 UTC 2014


Raniere,

Sei que foi apenas exemplo, mas receitas, assim como frases, piadas,
leis, normas e padrões (como ABNT, que até já perdeu na justiça) não têm
proteção de direito autoral. Claro, qualquer maluco pode ir na justiça
para tentar "proteger" coisas indevidas, mas esse não é o padrão.

Voltando o tema da mini-usina: se for mesmo bom, não vai demorar para
disseminar, com ou sem patentes. Eu suspeito que a produção só é viavel
com uma pressão mais alta e com um consumo elevado de água. Se não for
barato e fácil, não vai pegar, pois as pessoas preferem o conforto.
Aliás, por isso que não abandonamos o velho chuveiro americano.

Na minha opinião deveria ter subsídio para instalação de equipamentos
como esse, assim como placas solares, minhocários. Além de políticas de
incentivos e subsídios para quem recicla, usa sistemas de captação de
água natural e tem superfície permeável (gramado, mato), reduzindo a
descarga no sistema de esgoto.

Tenho um conhecido que há mais de quinze anos só usa placa solares no
telhado e redistribui energia na rede, ganhando 5 mil reais limpos por
ano. Em dez anos ele pagou o investimento e há cinco está ganhando
dinheiro. Mas isso na Alemanha.

abs

Jorge



On 15-09-2014 19:55, Raniere Silva wrote:
>> Na verdade, a concepção que tenho de patentes é que
>> não precisa ser algo longe da GPL ou "licenças semelhantes".
> Patentes envolve inovação enquanto que o direito autoral não. Para exemplificar,
> a primeira pessoa que pensou em um bolo com recheio de chocolate pode patentear
> a ideia mas cada receita (escrita) de um bolo de chocolate está protegida pela
> lei de direitos autorais (e não pela patente).
>
>> Se você diz que esse produto chegaria mais rápido ao mercado com esses
>> formatos livres, então eu queria acreditar em você. Mas é exatamente
>> isso que está faltando: a indústria de padrões e formatos livres?
> Padrões são uma faca de dois gumes. E.g. alguns anos atrás nos adotamos um novo
> padrão para tomadas elétricas, por que? Já tínhamos um padrão que atendia nossas
> necessidades. Por que não adotamos o mesmo padrão utilizado nos Estados Unidos
> ou no Reino Unido ou na África do Sul ou ...?
>
> Existência de padrões estabelecidos permite que qualquer pessoa entre no
> mercado. Mas diferentes padrões significam que o detentor daquele padrão
> possuirá um pequeno monopólio.
>
>> Pode ser ignorância minha, mas tenho a impressão que é mais fácil ganhar
>> dinheiro com bens materiais livres do que com software livre.
> Sim, pessoas estão mais propensas a pagar por bens materiais do que por software
> (principalmente livre). Mas isso é algo que deveríamos trabalhar para mudar.
>
>> O importante é garantir formas da USP tirar parte do seu próprio sustento por
>> meio de criações e geração de receita de alguma forma com o conhecimento que é
>> produzido.
> A USP é uma instituição pública. Ela não deveria preocupar-se em gerar renda. Se
> todo o conhecimento produzido pela USP fosse liberado em sob licenças abertas
> ela teria aumentado sua receita (que é baseada no ICMS) mais do que conseguiria
> através dos monopólios comerciais sobre propriedade intelectual.
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> Raniere
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