[ciência aberta]Nature Communications to become fully OA Fwd: [Open-education]

Jamila Venturini okfn.jamila em gmail.com
Quarta Setembro 24 12:25:24 UTC 2014


Realmente muito interessante a discussão, acho que são questões às quais 
realmente devemos atentar.

Por isso, fico muito feliz pela iniciativa do Miguel em escrever algo 
pro blog! Miguel, se precisar de uma força com algo na hora de publicar, 
não deixe de me escrever - estou à disposição por aqui.

Abraços
jamila

Em 23/09/14 21:50, Daniel Neis escreveu:
> Olá, Pessoal
>
> concordo que o potencial financeiro de algumas instituições ainda as 
> coloca em posição de destaque mesmo na internet que deveria ser um 
> terreno mais neutro. Mais dinheiro, mais exposição.
>
> Críticas aparte, acho válido movimentos como esse ao menos para evitar 
> coisas como o caso recento do jovem que poderá acabar preso por 
> compartilhar algum material no scribd
>
> http://creativecommons.org/weblog/entry/43746?utm_campaign=sm&utm_medium=facebook&utm_source=facebook2
>
> São dois caminhos, a adoção de licenças mais livres e uma reforma no 
> sistema de propriedade intelectual.
>
> Mas a discussão vai longe ;)
>
> Grande abraço,
> Daniel
>
> 2014-09-23 21:39 GMT-03:00 Miguel Said Vieira <msv em dev.full.nom.br 
> <mailto:msv em dev.full.nom.br>>:
>
>     Oi Alê,
>
>     eu concordo com algumas das ressalvas que você fez (e até por isso
>     havia escrito que me parece que o problema é /concentrar/ o acesso
>     aberto nesse modelo). Pincei outros pontos em que discordo:
>
>>     Diante disso confio muito mais em organizações independentes,
>>     como o PLOS, que atua no mercado, encontrarem soluções para
>>     problemas e propagá-las, do que soluções "públicas".
>     A PLOS não é uma entidade pública, mas também não é exatamente "de
>     mercado": é uma organização sem finalidade de lucro, e talvez até
>     por isso seja capaz de fixar políticas mais amplas (e com
>     critérios mais objetivos) de descontos para pesquisadores de
>     países pobres (a política da Nature é vaga e cobre só os países de
>     "low-income"; a da PLOS é bem mais objetiva e cobre os de "low-" e
>     "middle-income"). Nesse exemplo que você deu, a questão pra mim é
>     menos se é "público" (estatal) ou não, e mais se segue uma lógica
>     mercantil (em linhas gerais, a PLOS não segue).
>
>>     Todos os demais problemas, como os mencionados periódicos
>>     predatórios, só existem pelo absurdo que é o atual sistema de
>>     contagem de pontos, decorrente da incapacidade cognitiva da
>>     academia, e não vão melhorar com um ou outro modelo
>     Nesse caso, acho que é relevante considerar que o modelo ouro
>     "encaixa como luva" nos sistemas de contagens de pontos: a Fapesp
>     tem uma linha de apoio pra pagar APCs, e o primeiro critério de
>     avaliação é... o histórico de publicação. É meio que uma espiral
>     produtivista: quem mais publica, mais  terá facilidade pra
>     publicar; a gente sabe que essa espiral é enorme e anterior ao
>     próprio acesso aberto, mas o modelo ouro serve bem como mais uma
>     engrenagem.
>
>     De qualquer jeito, concordo que não dá pra ser uma crítica
>     absoluta, e sim uma problematização dessa via e das suas
>     potenciais consequências futuras (por exemplo, a ampliação dessa
>     espiral produtivista, e a multiplicação das editoras predatórias).
>
>     Aceitando a instigada do Tom, estou escrevendo um post com a minha
>     posição sobre esse debate. :-)
>
>     Abraços!
>     Miguel
>
>
>
>     On 09/23/2014 09:01 PM, Alexandre Hannud Abdo wrote:
>>     Ni!
>>
>>     Eu acho que devemos tomar cuidado sobre como criticamos a
>>     modalidade de acesso aberto financiada por quem submete.
>>
>>     Esse modelo resolve o principal problema que provocou o movimento
>>     de Acesso Aberto: dar acesso à produção científica.
>>
>>     E a lógica desse modelo é muito clara, coerente e positiva,
>>     propondo que faz parte do custo de uma pesquisa financiar a sua
>>     disseminação.
>>
>>     E quando todos tem acesso à produção, ainda faz-se justiça ao que
>>     as nações desenvolvidas, os grandes publicadores de ciência,
>>     custeiam proporcionalmente sua disseminação.
>>
>>     Além disso, se editoras começaram a prestar novos serviços e os
>>     pesquisadores começaram a usá-los, estão suprindo uma demanda e o
>>     resultado instantâneo é positivo para todos os envolvidos.
>>
>>     Podemos até perguntar se a demanda é artificial, se há
>>     desperdício etc. Mas essas são coisas que, na discussão do
>>     acesso, apenas depois de décadas de conivência e paralisia da
>>     comunidade científica tornaram-se problemas.
>>
>>     Na discussão desses novos modelos, são novos mercados ainda em
>>     formação, diante de uma outra comunidade científica.
>>
>>     Comunidade que, se capaz de coordenar-se, define as políticas de
>>     remuneração e financiamento, que traz em si a demanda, que pode
>>     determinar quem e como irá serví-la.
>>
>>     Se incapaz de coordenar-se, tão menos poderá vir a substituir o
>>     papel do mercado em atender essa demanda.
>>
>>     E nisso chegamos a um ponto muito maior que Acesso Aberto.
>>
>>     Não será um modelo ou outro de acesso que irá definir se a
>>     academia será capaz de desenvolver inteligência conjunta para
>>     recuperar o rumo da ciência junto à sociedade.
>>
>>     Qualquer modelos pode ser saudável se a academia recuperar sua
>>     racionalidade.
>>
>>     E na atual conjuntura brasileira, acho muito engraçado se falar
>>     na academia tomando conta de mais, quando mal dá conta de cuidar
>>     do que já tem, de desenvolver perspectivas não antiquadas sobre
>>     como já se organiza.
>>
>>     Diante disso confio muito mais em organizações independentes,
>>     como o PLOS, que atua no mercado, encontrarem soluções para
>>     problemas e propagá-las, do que soluções "públicas". E o próprio
>>     PLOS já resolveu esse problema apontado por vocês, pois só cobram
>>     para publicar de quem tenha recursos para isso, quem solicita
>>     isenção justificada publica gratuitamente.
>>
>>     Todos os demais problemas, como os mencionados periódicos
>>     predatórios, só existem pelo absurdo que é o atual sistema de
>>     contagem de pontos, decorrente da incapacidade cognitiva da
>>     academia, e não vão melhorar com um ou outro modelo, pois eles
>>     existiam com a mesmíssima essência antes do acesso aberto, na
>>     forma dos bundles das grandes editoras, e continuarão existindo e
>>     até piorariam num sistema "público", com incontáveis publicações
>>     inúteis se acumulando por corporativismo acadêmico e sendo
>>     incorrigivelmente financiadas pela viúva.
>>
>>     Então muita calma antes de tacar pedra em conquistas que
>>     efetivamente melhoram a vida de centenas de milhares de
>>     pesquisadores, e bilhões de cidadãos, nos lugares mais frágeis do
>>     planeta.
>>
>>     Vamos aproveitá-las e nos apoiar nelas para construir outras, não
>>     ficar comparando-as com irrealidades.
>>
>>     Abs,
>>     ale
>>     .~´
>>
>>
>>     2014-09-23 18:35 GMT-03:00 Everton Zanella Alvarenga
>>     <everton.alvarenga em okfn.org <mailto:everton.alvarenga em okfn.org>>:
>>
>>         Esses pontos levantados por Ewout, Viviane e Miguel tem em
>>         algum blog em português?
>>
>>         Valeria muito posts de blog sobre o assunto. Inclusive sobre
>>         suas teses. ;)
>>
>>         O Ewout está acostumado com blogs, mas se alguém precisar de
>>         ajuda, estou copiando a Jamila que poderá dar uma mão para
>>         publicarmos no cienciaaberta.net <http://cienciaaberta.net>. :)
>>
>>         Tom
>>
>>         Em 23 de setembro de 2014 18:21, Miguel Said Vieira
>>         <msv em dev.full.nom.br <mailto:msv em dev.full.nom.br>> escreveu:
>>
>>             O modelo ouro também é o que viabiliza as chamadas
>>             "editoras predatórias", que fazem da publicação em acesso
>>             aberto um negócio em que o lucro é maximizado pela
>>             redução drástica dos padrões de qualidade exigidos na
>>             revisão por pares -- ou mesmo pela eliminação da revisão,
>>             na prática: se pagar, publica. (Como a Viviane, discuti
>>             isso na minha tese.)
>>
>>             Embora obviamente nem toda editora trabalhando com o
>>             modelo ouro siga essa linha (é pouco provável que o
>>             acesso aberto em Nature e Science, por exemplo, adote
>>             padrões de qualidade inferiores), concordo com a
>>             avaliação de que é problemática a tendência em concentrar
>>             o acesso aberto nesse modelo, em que a publicação
>>             continua sendo uma prática bastante mercantilizada.
>>
>>             Abraços,
>>             Miguel
>>
>>
>>         -- 
>>         Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
>>         Open Knowledge Brasil - Rede pelo Conhecimento Livre
>>         http://br.okfn.org
>>
>>         _______________________________________________
>>         Blog: http://cienciaaberta.net
>>         Wiki: http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Ciência_Aberta
>>         <http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Ci%C3%AAncia_Aberta>
>>         Chat: http://webchat.freenode.net/?channels=cienciaaberta
>>         Lista cienciaaberta
>>         cienciaaberta em lists.okfn.org
>>         <mailto:cienciaaberta em lists.okfn.org>
>>         https://lists.okfn.org/mailman/listinfo/cienciaaberta
>>
>>
>>
>>
>>     _______________________________________________
>>     Blog:http://cienciaaberta.net
>>     Wiki:http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Ciência_Aberta  <http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Ci%EAncia_Aberta>
>>     Chat:http://webchat.freenode.net/?channels=cienciaaberta
>>     Lista cienciaaberta
>>     cienciaaberta em lists.okfn.org  <mailto:cienciaaberta em lists.okfn.org>
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>     <http://pt.wikiversity.org/wiki/Portal:Ci%C3%AAncia_Aberta>
>     Chat: http://webchat.freenode.net/?channels=cienciaaberta
>     Lista cienciaaberta
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