[ciência aberta][Folha] Produção científica e lixo acadêmico no Brasil
Jean Carlos Santos
jeancarloscid em gmail.com
Quinta Janeiro 8 18:55:42 UTC 2015
Concordo que há muita coisa ruim sendo produzida, assim como concordo que a
pesquisa brasileira careça de maior incentivo no que diz respeito à ousadia
e inovação, algo que passa pela diminuição das inúmeras barreiras
burocráticas existentes no caminho do pesquisador. Mas dizer isso apenas
tomando como parâmetro a publicação em periódicos de prestígio é algo que
precisa ser questionado e revisto pela comunidade acadêmica. Afinal, o que
é prestígio, o que é qualidade científica, o que é a "eficiência
científica" a que se refere o autor?
Além disso ao se comparar o Chile e o Brasil em termos de produção
científica, deve se deixar bem claro os termos dessa comparação. O
desempenho entre os países variam conforme suas dimensões geográficas, a
quantidade de instituições de pesquisa e pesquisadores que cada um possui,
os recursos públicos gastos com a C&T, entre outros. Sem falar que alguns
países se destacam mais em determinadas áreas do que em outras.
Não tenho certeza, mas acho que o Chile é um dos países da America Latina
que mais possui colaboração internacional, algo que está bastante associado
aos laboratórios de astronomia instalados no país.
O fato é que o movimento open access, sobretudo aqui no Brasil, precisa
colocar mais em debate o papel dessas métricas (principalmente do FI
calculado pela Thomson) na definição do que é ciência de qualidade e
prestígio científico, assim como os seus efeitos sobre a nossa ciência, as
políticas para a C&T e sobre as nossas revistas.
Minha preocupação é como essa ideia estanque de prestígio e qualidade
científica prejudica os meios de acesso aberto (principalmente as
publicações do mundo periférico) e sua adoção efetiva no meio acadêmico.
Abs
Em 7 de janeiro de 2015 19:28, Raniere Silva <ra092767 em ime.unicamp.br>
escreveu:
> Alguém viu:
>
> A "Nature" nos acusa, em primeiro lugar, de produzir mais lixo do que
> conhecimento em ciência. (...)
>
> Tomemos um exemplo. O Brasil publicou 670 artigos em revistas de
> grande
> prestígio, enquanto no mesmo período o Chile publicou 717, nessas
> mesmas
> revistas. O dado profundamente inquietante é que enquanto o Brasil
> despendeu em ciência US$ 30 bilhões, o Chile gastou apenas US$ 2
> bilhões.
>
> Quer dizer, o Chile, que aliás não está entre os primeiros em
> eficiência no
> mundo científico, é 15 vezes mais eficiente que o Brasil. Alguma
> coisa está
> errada, profundamente errada.
>
> (Fonte:
> http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/202892-producao-cientifica-e-lixo-academico-no-brasil.shtml
> )
>
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*Jean Carlos Ferreira dos Santos*
Doutorando em Política Científica e Tecnológica (Unicamp-DPCT)
Graduado em Ciências da Informação e Documentação (USP-FFCLRP)
GEICT - Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia
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