[okfn-br] [thackday] Para onde vai seu dinheiro e ranking dos políticos

Heloisa Pait heloisa.pait em gmail.com
Domingo Março 3 13:25:10 UTC 2013


Olá a todos,

Achei o vídeo razoável. Claro que simplifica certas coisas, mas a mensagem
principal, de que o voto é o mecanismo fundamental de voz na democracia e
que a transparência quanto à representação é importante para o voto, está
correta.
Quantos aos números, não sei se os 77% está correto, pois os impostos sobre
circulação variam de Estado para Estado, não sei como foi feita a média,
etc. Entretanto, o valor não é absurdo se você pensar no trabalhador
assalariado do setor privado. Pois para ele, de fato, o valor arrecadado
deve ser gigantesco, não? No frigir dos ovos, ele sustenta tudo isso.
Ele sustenta meu salário, ele compensa a economia informal (que eu tb
compenso), e ele paga os gastos públicos "de fato", que só poderiam ser de
responsabilidade do Estado (que eu tb pago). Então a carga sobre seus
ombros é bem maior que a carga dos impostos totais sobre o PIB, que dá um
terço aproximadamente. E ele também arca com mais impostos (como eu) que
setores que podem pagar advogados tributários e tem flexibilidade de
pagamento; o desconto nosso é na fonte.
Não acho que é distorção. É uma perspectiva, bastante real para milhões de
assalariados registrados.

A receita é óbvia: aumenta a base de arrecadação, reduz alíquotas e reduz
total de gastos. Mas, para isso, é preciso boa representação...

Heloisa



2013/3/2 Alexandre Hannud Abdo <abdo em member.fsf.org>

> Hehe... Daniela, não confunda as coisas.
>
> Eu disse apenas que o CUSTO das obras foi comedido e que isso tornava o
> metrô um mau exemplo pois estávamos falando do volume de gasto público.
>
> Repito que não houve superfaturamento significativo nas obras do metrô.
>
> Mas estamos no #BANANAL, então a licitação foi um acordo com as empresas
> que ganharam - aliás esse acordo era parte da estratégia para garantir
> que não haveria superfaturamento: houve um acordo onde todas as grandes
> empreiteiras dividiram previamente os vários contratos, com a condição
> de que ninguém meteria a mão nem corromperia o processo.
>
> O lucro justo dessas obras era suficientemente interessante para todas.
>
> Moral da história, licitação pública é um sistema tão tosco que até pra
> ser honesto você precisa ser corrupto ;)
>
>
> Sobre o tamanho das estações, é dinheiro de pinga perto do custo de
> cavar o buraco, mas tem razões para elas serem grandes sim.
>
> Uma das razões é a circulação de ar e contenção de pessoas em dias de
> chuva ou em caso de problemas nos trens.
>
> As interligações tiveram motivos semelhantes, como servir de caixa de
> contenção, pois a linha amarela já foi INAUGURADA no seu limite de
> capacidade.
>
> Enfim, não dá pra pensar o metrô de São Paulo como se pensa o metrô de
> qualquer cidade alemã ou mesmo de Nova Iorque. O volume de pessoas e a
> demanda operacional por estação é completamente outro.
>
> Algumas dessas soluções são meio toscas, mas foi o que decidiram. E não
> impactou significativamente os custos, nem pra mais nem pra menos.
>
>
> Evidentemente que há superfaturamentos mil por aí, não precisa olhar
> longe como você já apontou no caso do lixo. Eu só chamei atenção porque
> se algum dia for apontar o dedo num confronto com gestores, não aponte
> pro metrô porque qualquer pessoa que conhece as obras - ou conhece
> alguém que conhece as obras, como é o meu caso - desmontará o argumento.
>
> Abraço,
> l
> e Ni!
>
>
> On 02-03-2013 16:27, Daniela Mattern wrote:
> > Hmm Alê,
> >
> > tenho minhas dúvidas.
> >
> > 1. Essa notícia sobre o fraude na licitacao
> > <
> http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/10/mp-quer-afastar-presidente-do-metro-de-sp-apos-irregularidade-em-licitacao.html
> >
> > da Linha Lilas é bastante recente. Também encontrei várias notícias
> > sobre documentos
> > <
> http://portaldenuncia.blogspot.com.br/2012/12/provas-sobre-irregularidades-no-metro.html
> >
> > de licitaçoes que sumiram ... enfim, acho que isso precisa ser
> > investigado melhor.
> >
> > 2. Convenhamos que grande parte das estaçoes em Sao Paulo tem tamanhos
> > desnecessários. Tipo, em outras partes do mundo uma estaçao de metrô é
> > um buraco no chao, em São Paulo, encontramos prédios de cinco andares,
> > como por exemplo no caso da estaçao Butantã ou da estaçao da Paulista.
> >
> > 3. As integraçoes entre as linhas sao as piores que eu já conheci. Isso
> > você pode ver na Paulista ou também na estação de Pinheiros.
> >
> > 4. Tem muitos casos de projetos mal-feitos - devido a falta de
> > conhecimento técnico das construtoras? ou uso de materiais inferiores?
> > Veja as notícias sobre o cráter da estação de Pinheiros, ou os processos
> > devido as casas danificadas devido aos trabalhos do consórcio via
> amarela.
> >
> > Tudo isso deve ser explicado porque é difícil de cavar em São Paulo?
> > Projetos caros também surgem de projetos mal planejados ou de
> > construções desnecessárias.
> >
> > Outro exemplo menos complexo e que nao depende de cavação:
> >
> > A instalação das lixeiras
> > <
> http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1120151-em-sp-pinheiros-recebe-o-dobro-de-lixeiras-da-brasilandia.shtml
> >
> > em São Paulo no ano passado.
> >
> > Acompanhei o projeto na minha região, depois de poucos meses a maioria
> > das lixeiras tinha sido quebradas
> > <
> http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,sp-ganhou-150-mil-lixeiras-de-rua-neste-ano-mas-60-ja-sao-destruidas-por-dia-,924986,0.htm
> >.
> >
> > Quais os problemas aqui? Quem chegou na conclusão na secretaria de
> > serviços que lixeiras de plástico com um sistema não resistente de
> > fixação seriam uma boa solução para uma metrópole como São Paulo? Por
> > que, antes de instalar 150.000 lixeiras em toda cidade não se fez um
> > piloto menos custoso em uma região da cidade pra ver o impacto e avaliar
> > o projeto e os materiais usados?
> >
> > Em síntese: Foram tomadas muitas decisoes ruins, foi desperdiciado um
> > dinheiro público e não vejo que esta situação está sendo ampliamente
> > discutida pela sociedade e/ou mídia.
> >
> > um abraço
> >
> > Daniela
> >
> > 2013/3/2 Alexandre Hannud Abdo <abdo em member.fsf.org
> > <mailto:abdo em member.fsf.org>>
> >
> >     On 02-03-2013 11:28, Daniela Mattern wrote:
> >     > O gasto público do Brasil é alto demais. Vamos pegar o exemplo das
> >     > linhas de metrô:
> >     >
> >     > Achei uma notícia
> >     > <http://www1.folha.uol.com.br/agora/spaulo/sp2201200701.htm> onde
> >     aponta
> >     > os gastos por quilômetro:
> >     >
> >     > Linha Verde: R$ 272 Milhões/km
> >     > Linha Amarela: R$ 203 Milhões/km
> >     >
> >     > procurei um dado de comparação da Europa e encontrei aqui
> >     >
> >     <
> http://www.kontrollamt.wien.at/berichte/2004/lang/1-16-KA-V-TU-10-4.pdf>:
> >     >
> >     > Munique: 51,4 Milhões de Eur/km (corresponde à 131,5 Milhões de
> >     Reais/km)
> >     >
> >     > lógico que essa análise pode ser enganosa também, mas o custo da
> Linha
> >     > Verde é o dobro de Munique e em Munique uma pessoa na construção
> civil
> >     > ganha mais.
> >
> >     Hmmm... Mau exemplo, Daniela.
> >
> >     O Metrô de SP, em tempos recentes, por incrível que pareça é uma obra
> >     feita com gastos comedidos, devido a um sistema bem bolado de
> licitação
> >     e parcerias que dificulta o superfaturamento.
> >
> >     A diferença dos valores explica-se pois um dos maiores custos do
> metrô é
> >     a escavação, e São Paulo é um dos lugares mais caros do mundo pra se
> >     escavar, pelas condições geológicas e do relevo.
> >
> >     Colocar os trilhos, o trem e as estções não é tão caro comparado a
> abrir
> >     o buraco do tatu em Sampa. Além disso o trem na alemanha não é
> >     importado, o que reduz ainda mais os custos.
> >
> >     Acho até surpreendente que lá não custe menos da metade, mas pode ser
> >     relacionado com o quanto ganham os trabalhadores, como você levantou.
> >
> >     Abs,
> >     b
> >     d
> >     o Ni!
> >
> >
> >
> >
> > --
> > Daniela Mattern
> > Coordenadora Geral
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