[okfn-br] Economia de compartilhamento

Arthur Serra Massuda a.serramassuda em gmail.com
Sexta Agosto 29 20:39:49 UTC 2014


1. Hackerspace A gestão do acesso aos recursos se faz por regras decididas
colaborativamente. Conflitos como mau uso ou quebra parecem ser geridos
pelo coletivo, com regras rígidas, pelo relato. Parece coerente com os
princípios em debate. Um modelo de negócios para hackerspaces pode ser
desenvolvido nessa ideia de gestão dos recursos disponíveis, necessários e
produzidos, com uma instância e regras de resolução de conflitos.

2. Em caso de informação, a gestão dos conflitos no acesso se faz pela
licença. Pública, com condições controladas ou restrita. A pauta da
necessidade da circulação da informação apesar da licença nos levanta a
importância de uma instância política para avaliar seu valor social. Qual a
característica dessa instância seria reflexão interessante. O acesso tb
obriga um olhar no suporte, na linguagem e nas condições do usuário. Os
conflitos para bens imateriais, dessa maneira, não podem ser pensados
apenas em termos do produtor e a licença que lhe couber, pois pode haver
necessidades sociais para aquela info.
Abs
R2
Em 29/08/2014 14:33, "Oda" <oda em member.fsf.org> escreveu:

> Yaso, quando vc diz que nao existe sharing economy (la no telegram) vc
> esta se referindo a ideia do termo ou a alguma definicao em
> particular? Acho que concordo com vc se ler a expressao ao pe da
> letra, mas parece que este eh so um nome bunitoso a algo que
> basicamente eh vender recurso ocioso, como vc bem colocou.
> Paciencia...
>
> Pessoal, supondo que estamos falando realmente de compartilhar (e nao
> de um nome marketeiro, pq neste caso nao tem muito o que discutir),
> deixa eu levantar alguns pontos:
>
> 1. Como hackerspaces se enquadram nessa discussao? Um lugar onde o
> recurso eh comprado em conjunto ou recebi por doacao, gerido e
> utilizado por qq um, com regras simples: se alguem fizer mal uso sera
> orientado ou chutado, dependendo um pouco do caso - nao eh um esquema
> perfeito e, pessoalmente, acho a sua escalabilidade questionavel, mas
> funciona com sucesso em mais de um lugar.
>
> 2. Numa analise bem rasa, me parece que isso esta ligado a tragedia
> dos comuns, ou estou enganado? Se for o caso, vcs consideram que pode
> haver compartilhamento no caso de um recurso mais etereo e nao
> finito/consumivel? Me parece que muito do que fazemos tem um aspecto
> bem diferente de bicicletas, osciloscopios e aspiradores de po.
>
> Abs!
> --
> Oda
> ------------------------------------------------------
> If you don't have time to do it right, where
> are you going to find the time to do it over?
> ------------------------------------------------------
>
>
> 2014-08-29 13:48 GMT-03:00 Yasodara Cordova <yasodara.cordova em gmail.com>:
> > Porra, Arthur!
> >
> > A gente tava tendo uma discussão séria aqui :p
> >
> >
> >
> > Yaso
> >
> > ∞ yaso.com.br
> > ∞ yaso.eu
> > ∞ w3c.br
> > ∞ ingraxa.eu
> >
> > ** just reset and dive again**
> >
> >
> > 2014-08-29 11:53 GMT-03:00 Arthur Serra Massuda <
> a.serramassuda em gmail.com>:
> >
> >> O meu ponto é que matutar nisso não contribui para a construção de uma
> >> economia de compartilhamento.
> >>
> >> Quando debato se eu compartilho o meu aspirador pq acredito no mundo das
> >> flores ou pq quero criar uma economia de favores ou autopromoção,
> acredito
> >> que desviamos do assunto das condições que permitiram, seja qual for a
> >> intenção, esse sujeito criar um mecanismo de acesso a um recurso.
> >>
> >> Essas condições envolvem saber que as pessoas precisam aspirar
> >> (consciência da necessidade), saber sob quais condições podem ter
> acesso a
> >> ele (minha autorização e critérios), como ter acesso (pedir), o que
> fazer se
> >> sentir injustiçado (mecanismo de resolução de controvérsias) e como
> manter
> >> essas condições. Acho, e tudo aqui é um grande ensaio, ser mais
> importante
> >> pensar as condições pelas quais um sujeito tem a possibilidade de
> decidir
> >> compartilhar do que refletir sobre a alma humana.
> >>
> >> Abraço.
> >>
> >> Em 29/08/2014 11:20, "Yasodara Cordova" <yasodara.cordova em gmail.com>
> >> escreveu:
> >>
> >>> Arthur
> >>>
> >>> "Vocês tão analisando motivação do agente econômico, se ele quer
> atender
> >>> uma necessidade por grana, propaganda ou ideal. "
> >>>
> >>> Você tem exemplos de situações onde um "agente econômico" - seja lá o
> que
> >>> isso for - atenda uma necessidade só por ideal? O.o
> >>>
> >>> fiquei BEM curiosa.
> >>>
> >>>
> >>> Yaso
> >>>
> >>>
> >>>
> >>> ∞ yaso.com.br
> >>> ∞ yaso.eu
> >>> ∞ w3c.br
> >>> ∞ ingraxa.eu
> >>>
> >>> ** just reset and dive again**
> >>>
> >>>
> >>> 2014-08-29 10:02 GMT-03:00 Arthur Serra Massuda
> >>> <a.serramassuda em gmail.com>:
> >>>>
> >>>> No grupo Telegram, um debate sobre sharing economy se desenvolveu.
> Como
> >>>> minha participação foi considerada longa demais para a plataforma,
> >>>> requisitaram que eu a enviasse para a lista. Faço referência a
> diálogos
> >>>> anteriores, mas creio que não são necessários para a compreensão.
> >>>>
> >>>> Esboçando: Se pensado exclusivamente nas relações de troca, sem
> pensar a
> >>>> produção, mercado é um mecanismo de alocação de recursos, entre
> outros. Se
> >>>> gerido a partir de preços, se referencia pela escassez e se torna um
> espaço
> >>>> de comércio. Se pensado a partir do atendimento a necessidades, se
> orienta
> >>>> pela gestão da abundância e pode se organizar de outras maneiras.
> >>>>
> >>>> Como regular o acesso faz um mercado parte de uma economia capitalista
> >>>> ou comercial ou parte de uma economia solidária ou dessa aí que vcs
> tão
> >>>> discutindo. O acesso ao recurso pode dar atenção ao que o consumidor
> tem ($)
> >>>> ou do que ele precisa (necessidade). Regular o acesso para atender
> >>>> necessidades exige certa consciência coletiva de quais são elas. Numa
> >>>> comunidade amazônica em que a caça de um é compartilhada por todos é
> fácil.
> >>>> Numa sociedade industrial, precisamos de tecnologia para visibilizar
> essas
> >>>> necessidades e atende-las.
> >>>>
> >>>> Vocês tão analisando motivação do agente econômico, se ele quer
> atender
> >>>> uma necessidade por grana, propaganda ou ideal. Talvez seja melhor
> pensar a
> >>>> partir da gestão do acesso de uma população a um recurso.
> >>>>
> >>>> O preço resolve lindamente conflitos de acesso. O problema que nem
> >>>> sempre a resolução é justa numa perspectiva de sofrimento humano.
> Como uma
> >>>> economia de compartilhamento resolveria conflitos no acesso? A
> confiança é
> >>>> um mecanismo? OK, mas não parece o bastante. A visibilidade das
> necessidades
> >>>> de toda coletividade pode ser outro mecanismo, mas ainda uma instância
> >>>> política seria necessária pra apontar prioridades, quem será excluído
> >>>> naquele momento.
> >>>>
> >>>> Exemplo: Tenho um aspirador de pó que disponibilizo para a comunidade.
> >>>> Chegam pra mim duas demandas. A primeira é para uma limpeza de
> rotina. A
> >>>> segunda é para a preparação urgente de uma festa. A instância
> política, no
> >>>> caso eu, devo decidir se o critério é ordem de chegada da demanda ou
> >>>> capacidade de espera. Quem será excluído é decisão política.
> >>>>
> >>>> E a manutenção do meu aspirador de pó, do recurso coletivo? Fica a
> cargo
> >>>> de quem? Outro debate.
> >>>>
> >>>> É isso.
> >>>>
> >>>> Arthur
> >>>>
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