[okfn-br] Falta de infraestrutura para inovar torna Brasil o país da inovação zero

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Sexta Novembro 21 12:18:20 UTC 2014


Tom,


a lei do petróleo em 1998  colocou como obrigação que novos grandes campos de petróleo pagassem 0,5% do faturamento bruto em investimentos em universidades. 


Tente calcular isso em números de produção de mais de 1 milhão de barris por dia e acrescente isso na projeção de 2020 a 2025 2 a 3 milhões.


Ainda assim, mesmo com verbas e integração com empresa usuária e patrocinadora a inovação não cresceu.


A inovação demanda tempo entre o criar e aplicar, mas podemos dizer que as patentes brasileiras ainda patinam nos números.


Leandro






Enviado do Email do Windows





De: Diogo Cortiz
Enviado: ‎sexta-feira‎, ‎21‎ de ‎novembro‎ de ‎2014 ‎01‎:‎38
Para: Grupo de interesse em conhecimento livre no Brasil, especialmente dados abertos // Open Knowledge discussion list for Brazil





Tom, 



A integração Empresa-Universidade enfrenta algumas barreiras culturais e políticas no Brasil. É claro que há casos de sucesso espalhados por ai, como algumas iniciativas do Instituto Genêsis da PUC-Rio, UFPE, entre outras. Mas, no geral, o cenário de inovação integrado entre empresa e universidade ainda é muito diferente em relação aos EUA, a alguns países da Europa e Ásia.




A grande questão é que as empresas brasileiras estão pouco acostumadas a enxergar nas universidades um possível espaço de P&D de seus produtos e serviços. Já as empresas internacionais, aquelas que tem essa cultura, optam por estabelecer cooperação com universidades de sua localidade ou com universidades "top de linha".




Há algum tempo, eu conversei com o Head de Inovação da Ericsson Latam sobre esse cenário. Ele disse que estava procurando universidades brasileiras para criar um projeto de cooperação para que a empresa conseguisses reduzir os seus custo de P&D na América Latina. Caso contrário, a operação seria transferida para outra região. Recentemente, eles anunciaram uma parceira com a Universidade Federal do Ceará: http://www.ericsson.com/br/news/2014-06-27-ufc-po2_254740125_c




Não sei bem ao certo qual é a realidade na USP, mas posso falar um pouco mais sobre o ecossistema da PUC-SP. Durante anos, eu acompanhei projetos fracassarem na universidade por conta de burocracia interna e aspectos políticos. O conhecimento e a habilidade estava presente, mas faltou uma cultura empreendedora no DNA da universidade.




No entanto, a nova direção da FCET (Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia da PUC-SP) está olhando com muito carinho para a possibilidade de projetos de pesquisa e desenvolvimento em conjunto com empresas. Inclusive, diversas parcerias estão começando a ser costuradas e em breve teremos nosso primeiros cases. O primeiro passo foi dado, mas o caminho é longo.


Não sei se você conhece, mas recomendo a leitura sobre o conceito de Triple Helix, bolado por Etzkowitz e Leydesdorff, que aborda a questão da integração entre universidade, indústria e governo.




Abs,

Diogo Cortiz



Em 21 de novembro de 2014 01:12, Everton Zanella Alvarenga <tom em okfn.org.br> escreveu:







Pessoal,


li essa matéria agora que aborda a questão da inovação no Brasil e achei interessante compartilhar:

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/11/brasil-o-pais-da-inovacao-zero.html

Alguém aqui conhece alguém que estudou o tema da inovação, startups e empreendimentos no Brasil? É um assunto que me interessa.

Comentário: O único contato que tive sobre o tema de inovação na época da faculdade foi com a Agência USP de Inovação <http://inovacao.usp.br/> (curiosidade: aquilo já serve para alguma coisa?) e, por um curto período imerso num ambiente de pesquisa em ciência dura, a originalidade dos brasileiros não era das melhores, sendo que alguns originais acabaram sendo espantados para o exterior (condições de trabalho, não queriam lidar com a burocracia da USP etc.).

Num programa do Roda Viva faz tempo já, lembro também de ter ouvido um questionamento que me marcou. Uma diretora do MIT perguntou ao professor Fernando Peres, que por muitos anos foi diretor científico da FAPESP, quando o Brasil aproximaria suas universidades das empresas - bom, isso aqui pode ter diversas interpretações, com casos em que citar a palavra 'empresa' numa universidade pública é visto como um sacrilégio, até o caso de professores que, mesmo ganhando alguns salários que vimos esses dias, também usam uma boa marca de uma universidade para dar suas consultorias para empresas, com bem apontou o Fernando aqui na lista.

Tom








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Everton Zanella Alvarenga (also Tom)

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