[okfn-br] Retirada da fazer-cracia e proposta sobre a meritocracia

Andres MRM andres em inventati.org
Quinta Agosto 13 12:00:20 UTC 2015


Desculpa, Tom, não foi correto o meu começo de e-mail.
Peço para trocarem por um "esqueceu de responder minhas perguntas". Felizmente
eu já relembrei. ;)

E acho que a Natássya pegou bem a questão. A participação ativa faz parte da
ideia por trás da OK-Br.


Abs


[2015-08-13 08:36] Natássya:

> Olá pessoal,
> 
> Vou aproveitar que o Gustavo deu a opinião dele e tentar falar sobre a minha
> impressão e tirar minhas dúvidas também.
> 
> Everton, acho que o que preocupa as pessoas que discordam do valor da
> meritocracia é o fato dela poder gerar uma estrutura vertical de gestão e
> consequentemente atrapalhar a participação ativa de todas as pessoas que
> queiram participar da organização. Isso vai acontecer com a OKBr?
> 
> Eu acho estranho essa postura vindo da organização, já que um dos exemplos
> colocados para as vantagens do conhecimento livre dentro da "Nossa Visão" da
> OKBr é "Melhor governança, abertura aumenta governança através de uma maior
> transparência e de maior engajamento". Esse engajamento tem a ver com a
> participação ativa, certo? Então deveria-se buscar adotar uma estrutura que
> contribua com a participação ativa e não que a limite.
> 
> Talvez essas discussões de como os valores vão de fato influenciar a gestão de
> OKBr contribuam mais objetivamente para se chegar nesse consenso =)
> 
> Abraços,
> Natássya
>  
> 
> Em 13 de agosto de 2015 07:50, Everton Zanella Alvarenga <tom em okfn.org.br>
> escreveu:
> 
>     Olá Gustavo.
> 
>     Seja bem-vindo. Eu gostaria de registrar que gostei muito de sua
>     intervenção para auxiliar na chegada de um consenso sobre o tema proposto.
>     Essas formas de avaliação social é justamente o que acredito que podemos
>     chegar e gostei da sua proposta em tentar achar uma intersecção.
> 
>     Concordo plenamente que essa leitura atual do significado de meritocracia
>     está contaminando a discussão, por esse motivo, desde o começo, eu disse
>     "Fica aqui a proposta para a meritocracia ser um de nossos valores como
>     organização. E depois podemos escrever uma redação o que queremos dizer com
>     isso, já que nem sempre ela se aplica (e. g., quando as condições iniciais
>     e de ambiente não são de igualdade)."
> 
>     Desde a proposta inicial da discussão, eu alertei que a meritocracia nem
>     sempre se aplica, citando um exemplo das desigualdades. Por isso mesmo acho
>     a sugestão de leitura do Edgar na enciclopédia de filosofia de Stanford
>     sobre igualdade de oportunidade é muito válida.
> 
>     Algumas manifestações parecem expor algo que já discutimos aqui em outros
>     contexto, a tirania do pensamento único, muito manifestado nas últimas
>     eleições e que resultaram numa polarização pouco salutar, cuja principal
>     causa é, na minha opinião, a intolerância com formas diferentes de pensar.
> 
>     Agora temos que buscar quais seriam essas formas de recompensa diante do
>     nosso trabalho, que deve ter um propósito mais claramente definido. Numa
>     outra questão, que também causou divergências muito disruptivas, ficou
>     claro que há pontos de vista diferentes sobre os rumos da organização e
>     como ela deve ser conduzida. E teremos que aprender a trabalhar juntos com
>     as diferenças ou cada um criar seu empreendimento, após acordado
>     civilisadamente que discordamos.
> 
>     Mas o caminho é esse, busca o consenso e seu olhar mais externo trouxe luz
>     para a discussão. Vamos tentar achar esses mecanismos que apontou e ver as
>     vantagens e desvantagens de cada valor sendo proposto (curiosamente, ambos
>     valores foram propostos por mim e um deles estou revendo ;).
>    
>     Everton
>    
>     Em 12 de agosto de 2015 16:43, Gustavo Sales <vatsu21 em gmail.com> escreveu:
> 
>         Olá, pessoas. Tudo bom?
> 
>         Resolvi fazer minha primeira contribuição e em tema controverso. É um
>         risco que assumo. Afinal ainda estou tomando contato com a cultura da
>         OK-Br.
> 
>         Assim, peço, antecipadamente, desculpas caso minha intenção em
>         colaborar esteja fora do momento e/ou do foro adequados.
> 
>         Ao que puder perceber, há por um lado a preocupação com uma melhoria na
>         governança e por outro o receio que questões levantadas na sociedade
>         sobre a meritocracia contaminem a organização.
> 
>         Gostaria de dizer que, com o olhar ainda não enviesado pela política
>         organizacional, vejo uma intersecção interessante que talvez possa ser
>         explorada.
> 
>         Com certeza, a fazer-cracia é importante para que as iniciativas tomem
>         forma com o mínimo de "fricção" organizacional possível. Por outro
>         lado, talvez os resultados do que se faz podem não ser adequados àquilo
>         que a organização necessita. Se fiz uma leitura correta e esse é o
>         problema de governança que se apresenta, acredito ser possível explorar
>         formas de haver controle social dos resultados apresentados. Em outras
>         palavras, não haveria motivo para ferir a fazer-cracia em si, mas sim a
>         adição de mecanismo para avaliação das ações.
> 
>         Assim, as "recompensas" organizacionais não seriam apenas pautadas em
>         quem mais fez, como seria na "fazer-cracia", mas também seriam pautadas
>         na avaliação social das ações (pode-se argumentar que há análise de
>         mérito neste quesito).
> 
>         Sendo assim, não haveria imposição alguma à livre-iniciativa dentro da
>         organização, mas estaria-se endereçando a preocupação com a governança.
> 
>         Uma possível forma de implementação, seria uma avaliação das ações por
>         parte de todos envolvidos em dada ação. Poderia-se implementar tal
>         avaliação em ambiente eletrônico, com indicadores como, por exemplo:
>         aderência aos objetivos da OK-Br, observação de prazos negociados,
>         atingimento das metas estabelecidas pelo grupo participante da ação,
>         etc. Tal avaliação poderia ser 360 graus.
> 
>         O que acham? Acreditam que em algum ponto deste email há algo que possa
>         ser expandindo para a construção de consenso mínimo sobre o tema?
> 
>         Muito obrigado pela paciência com o novato aqui :D
> 
>         Forte abraço,
> 
>         Gustavo
> 
> 
>    
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