[okfn-br] dados abertos burilados, num PDF!?...

Andres MRM andres em inventati.org
Domingo Maio 3 14:26:23 UTC 2015


Na minha opinião, Peter, o texto que o Raniere passou defende também um pouco
dessa mudança de cultura sobre o que é um "artigo" e o que é um "texto"
(usando os mesmos termos que você).

No sentido das pessoas se tornem mais tolerantes com a diagramação na
impressão, mesmo que não fique exatamente do jeito que queriam.


Quoting Peter Krauss (2015-05-03 09:10:57)
> Ranieri,
> 
> 2015-05-02 22:53 GMT-03:00 Raniere Silva <raniere em riseup.net>:
> 
>     Sugestão de leitura sobre o tema:
>     http://clintlalonde.net/2015/05/02/are-you-analog-or-digital/
> 
> 
> 
> Ótimo achado!  Ele discute o ponto que surge nos nichos que lidam exatamente
> com a fronteira, ou seja, 
> nas editoras que buscam não apenas o PDF, mas garantir o "Web+Print", e fazer
> bom uso de sistemas Web já competentes
> na gestão do conteúdo...
> 
> O Pressbooks alias, https://github.com/pressbooks/pressbooks
> é um marco histórico para isso, ele soluciona com elegância o "Web+Print" para
> quem já usa Wordpress.
> Repare que a OKBr poderia estar usando isso, até pro blog br.okfn.org (olá
> Larissa!).
> Repare também que o Pressbook (e por isso ele depende um pouco de uma .com) faz
> uso do PrinceXML!
>    http://pressbooks.com/prince/
> 
> Esse post do Clint é joia, precisa ser lido,  mas cabe uma certa filtragem. 
> Ele parte de um ponto de vista meio falso e inocente: não se trata em geral de
> uma "escolha de Sofia",
> de um dilema para quem gostaria de estar nos dois mundos.
> 
> ...
> 
> Vou poluir aqui com um monte de blablabla de novo, mas é porque já estou
> pensando na discussão
> de um projeto que quero lançar ainda esse ano de "Editora do Diário Livre" (!).
> 
> -- -- -- -- -- -- -- -- --
> 
> Conceituando melhor: mundo ideal do Pressbook é do "Web+Print", onde apenas
> trabalhando com Web temos grátis o Print.
> 
> Isso vale e é perfeito no Pressbook para produção daquilo que chamamos aqui (no
> inicio do threaded) de "texto" (tipo 1), mas não para aquilo que chamamos de
> "artigo" (tipo 2).
> 
> Para que o Pressbook gere de fato "artigos" de qualidade, é necessária
> intervenção humana(!), 
> é como usuário do LaTeX, que depois que acaba precisa incluir umas tags para
> deslocar ou mudar tamanho de tabelas e figuras. É chato pois é enfiando
> comandos CSS-page. Tem custo.
> 
> Exemplo da realidade, do trabalho prático: no tipo1 ("texto") podemos usar uma
> coluna e deixar todas as figuras centradas e fica lindo; no tipo 2 ("artigo")
> precisamos usar duas colunas e alinhar objetos durante a diagramação, se deixar
> pro piloto automático fica horrível. Mesmo revistas menos exigentes, de uma
> coluna, por serem de qualidade "artigo", não podem largar tudo no centro,
> precisam de apoio humano para colocar ou não algumas figuras e tabelas
> flutuando na lateral.
> 
> Que fique claro: o Pressbook, ou software que for, "NUNCA" (próximos 5  ou mais
> anos) vai resolver 100% o problema da qualidade de diagramação, demanda
> interferência humana, tem custo, o bom PDF, bem diagramado, nunca vai ser
> grátis. 
> Tudo o que discutimos aqui sobre a produção do tipo "artigos" é que podemos
> baratear muito, não zerar.
> 
> 
> Colocando em termos de custos:
> 
> * Custo da produção de tipo 1 ("texto") em regime de Web+Print. 
>  O custo usual de Web+Print é R$W1 + R$P1, independentes, como se fossem mesmo
> dois mundos.
>  Quando usamos, por exemplo PressBook, o custo fica reduzido a R$W1!
>  Resumindo:
>    Custo dois mundos separados: R$W1 + R$P1
>    Custo em Pressbook: R$W1
> 
> 
> * Custo da produção de tipo 2 ("artigo") em regime de Web+Print. 
>   Temos aqui Web+Print com "Print de qualidade". O custo usual, dos mundos
> independentes,
>   é R$W2 + R$P2, mas temos R$W2=R$W1, pois no "lado Web dos dois mundos" nada
> mudou
>   ao passarmos do "texto" pro "artigo", enquanto que o valor de R$P2 (do
> "artigo") 
>   é sempre e significatvamente maior que R$P1, R$P2>>R$P1.
>   Resumindo o custo dos dois mundos separados: R$W1 + R$P2  com  R$P2>>R$P1.
>  
>   O custo da mesma produção com Pressbook permite reduzir o elevado R$P2,
> ótimo...
>   Mas não permite zerar. O "artigo" no Pressbook não está printo, precisa agora
> o humano
>   incluir comandos de CSS-page, e, da minha experiência posso afirmar que
> custo 
>   é ainda menor que R$P1 (!), de modo que há ainda vantagem em usar o
> Pressbook.
>   Resumindo o custo em Pressbook: R$W1 + R$PW  com  R$PW<R$P1.
>   
> 
> Enfim, não é um dilema do tipo "Escolha de Sofia" (nada de "fluid vs rigid"!),
>  é apenas uma decisão de modelo de negócio , consistindo de:
> 
> A* adotar uma nova cultura na sua equipe (equipe da editora);
> 
> B* economizar (ou lucrar!) usando Pressbook e marcação CSS-page. 
>    A meta de competitividade da equipe é sempre garantir R$PW<R$P1 na
> diagramação,
>    e um custo inicial de template HTML (muito mais barato que InDesign) e sua
> lógica
>    (lógica de software e escolhas automáticas de CSS-page, aqui tem custo)
>    que não ultrapasse muito o custo de template InDesign. 
> 
> O que alguns consideram escolha difícil (aqui sabemos que não é), é largar o
> InDesign e adotar a nova cultura, mais focada nos padrões abertos e nos
> templates.
> 
> Tudo o que precisaremos para lançar o projeto Editora do Diário Livre é
> demonstrar esses valores, partindo de um levantamento do custo atual dos
> Diários Oficiais.
> 
> O único relatório aberto onde vi isso foi da Transparência-Brasil,
>    http://www.transparencia.org.br/docs/DOs.pdf
>    "Gutenberg em bits - Breve panorama dos Diários Oficiais brasileiros",
> ~2007.
> será que a OKBr teria interesse em fazer um novo (e reduzido) levantamento
> sobre o assunto?
> 
> 
> 
> ---------
> PS custos: para os puritanos que não quiserem aproximar o custo PressBook para
> R$W1, chamemos de R$B1, 
>  e demonstremos quão é pequena a diferença de R$delta1 = R$B1-R$W1  ... 
>  As contas acima não mudariam muito, e o resultado qualitativo seria exatamente
> o mesmo.
> 



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