[okfn-br] Sugestão de transparencia para partidos

Gustavo Sales gustavo em ok.org.br
Sexta Setembro 18 16:44:37 UTC 2015


Olá, tudo bom?

Sobre a participação de filiados a partidos em cargos de confiança, o Prof.
Sérgio Praça coordena pesquisa nesta linha com alguns resultados já
publicados http://cepesp.fgv.br/pt-br/node/444

Pelo que conheço dele, pode haver abertura para contribuição.


[]'s

Gustavo Sales
Open Knowledge Brasil

2015-09-18 11:14 GMT-03:00 Heloisa Pait <heloisa em ok.org.br>:

> Eu particularmente acho difícil uma proposta dessas (candidatura avulsa)
> passar, exatamente porque emerge de vozes marginalizadas da política
> institucional. Foi bonito ver a Marina falar da batalha dela em aprovar seu
> partido. Enfim.
>
> Agora, não entendi bem como a menção a essa proposta invalida a idéia de
> termos partidos mais transparentes. Minha idéia não é difícil de
> implementar, provavelmente nem depende de lei de acesso, quanto mais de
> mudanças na lei (como a de candidatura avulsa, que mencionei para dizer que
> há vários caminhos para trazer melhorar o sistema partidário).
>
> Minha idéia se baseia na idéia de que, sim, temos que ter partidos fortes.
> Pois, como tenho dito várias vezes aqui, transparência para mim não é
> ataque, é auxílio. Acredito em partidos, e por isso quero dar instrumentos
> para que eles se fortaleçam.
>
>
> Em 18 de setembro de 2015 09:50, Joao Francisco Resende <
> joaofresende em yahoo.com.br> escreveu:
>
>> Prezada Heloisa,
>>
>> Com todo o respeito, gostaria fazer um comentário sobre este trecho de
>> sua mensagem: "Uma idéia, defendida pela Marina no nosso debate, e por
>> Kim Kataguiri ontem num debate, é permitir candidaturas individuais, que
>> competiriam diretamente com estruturas partidárias viciadas. Ótima
>> idéia..."
>>
>> Discordo de sua opinião de que seja uma "ótima ideia" essa proposta
>> defendida pelo histriônico Kim Kataguri, de candidaturas individuais a
>> cargos eletivos, competindo diretamente com as "estruturas partidarias
>> viciadas".
>>
>> Isso a meu ver apenas aumentaria a personalização, o individualismo e a
>> busca do auto-interesse existente na política institucional brasileira,
>> que já é alarmante, considerando os vários "partidos de aluguel", muito
>> fisiológicos, sem articulação com grupos da sociedade, que não raro
>> existem apenas para servir de balcão de negócios e plataforma legal para
>> amparar candidaturas e captar recursos para campanhas eleitorais de seus
>> donos.
>>
>> Partidos políticos ainda são fundamentais no modelo de democracia
>> representativa em que vivemos. Isso é corroborado na teoria política
>> moderna e na experiência histórica. Às iniciativas de enfraquecimento ou
>> desmantelamento de sistemas partidários (o conjunto dos partidos e não
>> de um ou outro específico) geralmente segue o enfraquecimento do próprio
>> regime democrático, com a ascensão ao poder de grupos políticos radicais
>> (de variados matizes ideológicos), que passam a impor suas ideias e
>> políticas sem a devida discussão e deliberação democrática, ou seja, sem
>> a mediação de instituições como os partidos e o parlamento.
>>
>> Infelizmente esse rapazote, Kim Kataguri, tem ganhado muitos holofotes
>> nos últimos meses em razão de seus comentários ácidos e propostas
>> inconsequentes para a política brasileira. Isso porque nos falta novas
>> lideranças políticas mais consistentes e porque boa parte da mídia
>> corporativa assumiu abertamente uma postura de "quanto pior, melhor"
>> como objetivo de tirar do poder o atual grupo político que aí está (e
>> apesar de todos os seus muitos defeitos, tem legitimidade pois foi
>> eleito democraticamente). Nesse contexto, adolescentes desvairados e
>> vaidosos como Kim Kataguri passam a ter espaço em editoriais de grandes
>> jornais para apoiar coisas como "a refundação da República" com base na
>> eliminação da estrutura estatal e na extinção dos bens e serviços
>> públicos. Um ultra-neo-liberalismo de botequim com vernizes
>> intelectuais.
>>
>> Uma democracia política poderá existir um dia sem o modelo convencional
>> de partidos políticos criado e desenvolvido ao longo dos séculos 19 e
>> 20? Penso que sim e apoio iniciativas como o Podemos (Espanha) e a Raíz
>> Movimento Cidadanista que está surgindo neste momento no Brasil, que
>> buscam construir essas alternativas de organização política mais
>> horizontal, participativa, aberta.
>>
>> Mas acredito que a solução para crise da democracia representativa no
>> Brasil passa pelo revigoramento do atual sistema partidário criado no
>> fim da ditadura de 1964-1985 e não pelo seu esvaziamento ou eliminação,
>> com base numa ideia de que indivíduos isolados seriam melhores
>> representantes dos anseios da sociedade.
>>
>> Saudações, João Francisco Resende.
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