[ciência aberta]Nature Communications to become fully OA Fwd: [Open-education]

Alexandre Hannud Abdo abdo em member.fsf.org
Quarta Setembro 24 00:01:56 UTC 2014


Ni!

Eu acho que devemos tomar cuidado sobre como criticamos a modalidade de
acesso aberto financiada por quem submete.

Esse modelo resolve o principal problema que provocou o movimento de Acesso
Aberto: dar acesso à produção científica.

E a lógica desse modelo é muito clara, coerente e positiva, propondo que
faz parte do custo de uma pesquisa financiar a sua disseminação.

E quando todos tem acesso à produção, ainda faz-se justiça ao que as nações
desenvolvidas, os grandes publicadores de ciência, custeiam
proporcionalmente sua disseminação.

Além disso, se editoras começaram a prestar novos serviços e os
pesquisadores começaram a usá-los, estão suprindo uma demanda e o resultado
instantâneo é positivo para todos os envolvidos.

Podemos até perguntar se a demanda é artificial, se há desperdício etc. Mas
essas são coisas que, na discussão do acesso, apenas depois de décadas de
conivência e paralisia da comunidade científica tornaram-se problemas.

Na discussão desses novos modelos, são novos mercados ainda em formação,
diante de uma outra comunidade científica.

Comunidade que, se capaz de coordenar-se, define as políticas de
remuneração e financiamento, que traz em si a demanda, que pode determinar
quem e como irá serví-la.

Se incapaz de coordenar-se, tão menos poderá vir a substituir o papel do
mercado em atender essa demanda.

E nisso chegamos a um ponto muito maior que Acesso Aberto.

Não será um modelo ou outro de acesso que irá definir se a academia será
capaz de desenvolver inteligência conjunta para recuperar o rumo da ciência
junto à sociedade.

Qualquer modelos pode ser saudável se a academia recuperar sua
racionalidade.

E na atual conjuntura brasileira, acho muito engraçado se falar na academia
tomando conta de mais, quando mal dá conta de cuidar do que já tem, de
desenvolver perspectivas não antiquadas sobre como já se organiza.

Diante disso confio muito mais em organizações independentes, como o PLOS,
que atua no mercado, encontrarem soluções para problemas e propagá-las, do
que soluções "públicas". E o próprio PLOS já resolveu esse problema
apontado por vocês, pois só cobram para publicar de quem tenha recursos
para isso, quem solicita isenção justificada publica gratuitamente.

Todos os demais problemas, como os mencionados periódicos predatórios, só
existem pelo absurdo que é o atual sistema de contagem de pontos,
decorrente da incapacidade cognitiva da academia, e não vão melhorar com um
ou outro modelo, pois eles existiam com a mesmíssima essência antes do
acesso aberto, na forma dos bundles das grandes editoras, e continuarão
existindo e até piorariam num sistema "público", com incontáveis
publicações inúteis se acumulando por corporativismo acadêmico e sendo
incorrigivelmente financiadas pela viúva.

Então muita calma antes de tacar pedra em conquistas que efetivamente
melhoram a vida de centenas de milhares de pesquisadores, e bilhões de
cidadãos, nos lugares mais frágeis do planeta.

Vamos aproveitá-las e nos apoiar nelas para construir outras, não ficar
comparando-as com irrealidades.

Abs,
ale
.~´


2014-09-23 18:35 GMT-03:00 Everton Zanella Alvarenga <
everton.alvarenga em okfn.org>:

> Esses pontos levantados por Ewout, Viviane e Miguel tem em algum blog em
> português?
>
> Valeria muito posts de blog sobre o assunto. Inclusive sobre suas teses. ;)
>
> O Ewout está acostumado com blogs, mas se alguém precisar de ajuda, estou
> copiando a Jamila que poderá dar uma mão para publicarmos no
> cienciaaberta.net. :)
>
> Tom
>
> Em 23 de setembro de 2014 18:21, Miguel Said Vieira <msv em dev.full.nom.br>
> escreveu:
>
>> O modelo ouro também é o que viabiliza as chamadas "editoras
>> predatórias", que fazem da publicação em acesso aberto um negócio em que o
>> lucro é maximizado pela redução drástica dos padrões de qualidade exigidos
>> na revisão por pares -- ou mesmo pela eliminação da revisão, na prática: se
>> pagar, publica. (Como a Viviane, discuti isso na minha tese.)
>>
>> Embora obviamente nem toda editora trabalhando com o modelo ouro siga
>> essa linha (é pouco provável que o acesso aberto em Nature e Science, por
>> exemplo, adote padrões de qualidade inferiores), concordo com a avaliação
>> de que é problemática a tendência em concentrar o acesso aberto nesse
>> modelo, em que a publicação continua sendo uma prática bastante
>> mercantilizada.
>>
>> Abraços,
>> Miguel
>>
>>
> --
> Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
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