[ciência aberta]Nature Communications to become fully OA Fwd: [Open-education]

Miguel Said Vieira msv em dev.full.nom.br
Quinta Setembro 25 22:40:39 UTC 2014


Oi Tom e Jamila, tudo bem?

Achei que fazia mais sentido publicar "primeiro" no blog do Ciência 
Aberta (que é onde a discussão surgiu e onde participo mais); mas por 
mim, podem ficar à vontade pra republicar no site da OKBR -- pode ser 
bacana, acho que tá bem dentro das temáticas do grupo!

Acabei de publicar aqui:
http://www.cienciaaberta.net/periodico-da-nature-em-acesso-aberto-puro-ja-podemos-comemorar/

Abraços,
Miguel


On 09/24/2014 04:30 PM, Everton Zanella Alvarenga wrote:
> Caro Miguel,
>
> minha sugestão era publicar no cienciaaberta.net 
> <http://cienciaaberta.net>. Quem cuida da parte editorial desse blog 
> são o Raniere e o Abdo, copiados. Minha sugestão é que eles criem uma 
> conta para você publicar ou alguém publique como convidado.
>
> Ou a Jamila, também copiada, pode auxiliá-lo na publicação no site da 
> OKBR <http://br.okfn.org>. Fica a sua escolha e podemos prosseguir 
> fora das listas (copiando aqui a lista da OKBR para o pessoal que 
> quiser escrever também sobre esse assunto ou outros relacionados ao 
> nosso trabalho).
>
> Valeu, Miguel!
>
> Tom
>
> Em 24 de setembro de 2014 14:49, Miguel Said Vieira 
> <msv em dev.full.nom.br <mailto:msv em dev.full.nom.br>> escreveu:
>
>     Carissimi,
>
>     segue abaixo um esboço do post que vou publicar no meu blog;
>     comentários ou sugestões são muito bem-vindos.
>
>     Tom, você estava sugerindo incluir links para textos como esse num
>     post específico do cienciaaberta.net <http://cienciaaberta.net>,
>     ou republicar diretamente?
>
>     Abraços,
>     Miguel
>     _________
>
>     *Periódico da Nature em acesso aberto "puro": já podemos comemorar?*
>
>     A editora Nature informou
>     <http://www.nature.com/press_releases/ncomms-oa.html> recentemente
>     que, em outubro, seu periódico /Nature Communications/
>     <http://www.nature.com/ncomms/index.html> se tornará de acesso
>     aberto "puro": todos os artigos publicados a partir de então
>     poderão ser lidos e reutilizados gratuitamente (a princípio eles
>     entrarão no ar sob uma licença Creative Commons-BY, que permite
>     praticamente todo tipo de uso e reuso). Até hoje o periódico era
>     híbrido, publicando em acesso aberto ou fechado de acordo com a
>     opção do autor, mas agora ele será exclusivamente de acesso
>     aberto. O grupo que publica a revista /Science /também já possuía
>     um periódico de acesso aberto "puro", o /Science Advances/ — mas
>     parte dos artigos eram publicados sob a licença CC-NC, que impede
>     usos comerciais.
>
>     Pronto: os maiores bastiões da publicação científica tradicional
>     dão sinais claros de apoiar o avanço do acesso aberto. Será que já
>     podemos estourar as champanhes? É evidente que a notícia tem
>     aspectos positivos: vidas poderão ser salvas em países pobres,
>     quando médicos, por exemplo, tiverem acesso às informações
>     científicas mais atualizadas — informações que antes estavam
>     fechadas atrás de um /paywall/ intransponível para a maioria do
>     terceiro mundo. Os trabalhos publicados sob acesso aberto tendem a
>     alcançar mais visibilidade, e isso pode beneficiar a pesquisa de
>     países como o Brasil.
>
>     O quadro, no entanto, é mais complexo do que parece. Nesses dois
>     casos, Nature e Science adotam um modelo específico de acesso
>     aberto: o chamado "modelo ouro"
>     <http://legacy.earlham.edu/%7Epeters/fos/overview.htm#journals>,
>     em que os custos da publicação são cobertos por uma taxa cobrada
>     dos autores dos artigos aprovados (o /article processing charge/,
>     ou APC); o /acesso aos artigos/ é aberto para leitores e usuários,
>     mas o /acesso a esse espaço de publicação/ é fechado aos autores
>     que puderem pagar a cobrança. No caso do /Nature Communications/,
>     essa cobrança é de US$ 5000 por artigo, uma das mais altas em
>     qualquer periódico existente (em 2010, a maior registrada era de
>     US$ 3900 — segundo o levantamento de um artigo... em acesso
>     fechado
>     <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/asi.22673/abstract>).
>
>     Essa cobrança equivale a quase dois meses de salário líquido de um
>     professor brasileiro nas melhores carreiras de universidades
>     públicas (as de dedicação exclusiva). Quem aí topa pagar 15% de
>     sua renda anual para publicar /um /artigo? A Nature informou que
>     dispensará o pagamento da taxa para pesquisadores de uma lista de
>     países mais pobres
>     <http://www.who.int/hinari/Global_HINARI_registered_2014.png> (mas
>     que não inclui Brasil, China, Índia, Paquistão e Líbia, entre
>     outros), e também para outros numa análise "caso a caso" — mas sem
>     dar mais nenhuma informação objetiva sobre essa política. (Palpito
>     que é melhor não apostar numa generosidade desbragada da editora
>     que cobra US$ 32 para quem quer ler um único artigo, ou US$ 18
>     para ler uma única seção de cartas [!] de suas revistas
>     <http://www.nature.com/subscriptions/purchasing.html>.)
>
>     Por outro lado, a tendência mundial é que as instituições às quais
>     os pesquisadores estão vinculados (a universidade em que ele
>     trabalha, ou a agência de fomento à pesquisa que financia sua
>     pesquisa) arquem com parte dessas taxas, em parte pelo valor que
>     atribuem à publicação em periódicos de alto impacto. A Fapesp, por
>     exemplo, oferece um apoio específico para pagar essas taxas
>     <http://www.fapesp.br/190>, e também autoriza que elas sejam pagas
>     com a chamada "reserva técnica" de bolsas e apoios a projetos de
>     pesquisa. Ocorre, porém, que a verba disponível para esses
>     auxílios é limitada, e em geral eles não são dados
>     automaticamente; no exemplo da Fapesp, os pesquisadores concorrem
>     entre si pela verba, e um dos principais critérios de avaliação
>     é — como em quase toda a burocracia acadêmica hoje — o histórico
>     de publicações do autor:
>
>         *Critérios de análise* [...]
>
>         a) Histórico Acadêmico do Solicitante
>
>         a.1) Qualidade e regularidade da produção científica e/ou
>         tecnológica. Elementos importantes para essa análise são:
>         lista de publicações em periódicos com seletiva política
>         editorial; livros ou capítulos de livros [...]
>
>     Ou seja, o pagamento pelas instituições tem boas chances de
>     alimentar uma espécie de espiral viciosa, em que pesquisadores que
>     já publicam em grandes revistas conseguem mais dinheiro e mais
>     chances de publicar, e os demais não.
>
>     O avanço do acesso aberto pela via do modelo ouro ainda envolve
>     outro risco: a proliferação das chamadas editoras predatórias.
>     Trata-se de editoras que fazem da publicação em acesso aberto (com
>     pagamento por autores) um negócio em que o lucro é maximizado por
>     meio da redução drástica dos padrões de qualidade exigidos na
>     revisão por pares — ou mesmo pela virtual eliminação da revisão:
>     se pagar, publica-se. Por um lado, esse modelo satisfaz as
>     cobranças de produtivismo sobre pesquisadores (cujas carreiras são
>     avaliadas pelo crivo do lema /publicar ou perecer/); por outro,
>     ele explora o fato de que, no modelo ouro, é possível tornar o ato
>     da publicação em uma mercadoria, a ser vendida a esses
>     pesquisadores, e com isso obter altas taxas de lucro — /mesmo sem
>     recorrer ao monopólio baseado em propriedade intelectual/, que era
>     a chave do poder econômico das editoras científicas tradicionais
>     com publicações "fechadas". O uso de uma lógica estritamente
>     mercantil resulta, aqui, na poluição e degradação do acervo de
>     conhecimento científico da humanidade, pois o central para as
>     editoras predatórias é a maximização de lucro: a qualidade dos
>     artigos é irrelevante, ou apenas um fator secundário.
>
>     Evidentemente, não quero com isso dizer que a Nature tornou-se uma
>     editora predatória; mas existe o risco de uma lenta corrupção do
>     processo de revisão (para garantir mais lucros com publicações) em
>     editoras sérias mas com menos poder de mercado, assim como o risco
>     da multiplicação de periódicos fajutos, que fazem uma revisão por
>     pares apenas de fachada. Nesse último caso, infelizmente não se
>     trata de um risco hipotético: esse "modelo de negócio" escuso já é
>     adotado em centenas de periódicos
>     <http://scholarlyoa.com/individual-journals/>.
>
>     Mas será que então estamos num beco sem saída quanto a esse
>     problema da mercantilização da publicação científica? Ele estará
>     presente seja nos periódicos fechados, seja nos de acesso aberto?
>     Não necessariamente: mesmo no interior do modelo ouro, há
>     iniciativas positivas nesse sentido — é o caso da Public Library
>     of Science (PLOS) <http://www.plos.org/>, uma editora em acesso
>     aberto que cobra pela publicação, mas funciona sem finalidades de
>     lucro <http://www.plos.org/about/>; por conta disso, ela não tem
>     motivos para eliminar critérios de qualidade na seleção de artigos
>     com vistas a obter mais com a cobrança por publicação. E vale
>     lembrar, por fim, que o modelo ouro não é o único modelo existente
>     para a publicação em acesso aberto: a principal alternativa é o
>     modelo verde
>     <http://legacy.earlham.edu/%7Epeters/fos/overview.htm#repositories>,
>     baseado em repositórios institucionais. Esse modelo impõe uma
>     série de desafios de coordenação e de custeio, mas a tendência é
>     que nele a publicação deixe de seguir uma lógica estritamente
>     mercantil, e siga um modelo mais próximo dos interesses comuns da
>     sociedade e da comunidade acadêmica; ele não é propriamente um
>     substituto do modelo ouro (até porque a princípio ele não é
>     pensado para custear a revisão por pares), mas é importante juntar
>     esforços para fortalecê-lo, evitando que o modelo ouro torne-se a
>     única via para o acesso aberto.
>
>
>
>
>     On 09/23/2014 09:39 PM, Miguel Said Vieira wrote:
>>     Oi Alê,
>>
>>     eu concordo com algumas das ressalvas que você fez (e até por
>>     isso havia escrito que me parece que o problema é /concentrar/ o
>>     acesso aberto nesse modelo). Pincei outros pontos em que discordo:
>>
>>>     Diante disso confio muito mais em organizações independentes,
>>>     como o PLOS, que atua no mercado, encontrarem soluções para
>>>     problemas e propagá-las, do que soluções "públicas".
>>     A PLOS não é uma entidade pública, mas também não é exatamente
>>     "de mercado": é uma organização sem finalidade de lucro, e talvez
>>     até por isso seja capaz de fixar políticas mais amplas (e com
>>     critérios mais objetivos) de descontos para pesquisadores de
>>     países pobres (a política da Nature é vaga e cobre só os países
>>     de "low-income"; a da PLOS é bem mais objetiva e cobre os de
>>     "low-" e "middle-income"). Nesse exemplo que você deu, a questão
>>     pra mim é menos se é "público" (estatal) ou não, e mais se segue
>>     uma lógica mercantil (em linhas gerais, a PLOS não segue).
>>
>>>     Todos os demais problemas, como os mencionados periódicos
>>>     predatórios, só existem pelo absurdo que é o atual sistema de
>>>     contagem de pontos, decorrente da incapacidade cognitiva da
>>>     academia, e não vão melhorar com um ou outro modelo
>>     Nesse caso, acho que é relevante considerar que o modelo ouro
>>     "encaixa como luva" nos sistemas de contagens de pontos: a Fapesp
>>     tem uma linha de apoio pra pagar APCs, e o primeiro critério de
>>     avaliação é... o histórico de publicação. É meio que uma espiral
>>     produtivista: quem mais publica, mais terá facilidade pra
>>     publicar; a gente sabe que essa espiral é enorme e anterior ao
>>     próprio acesso aberto, mas o modelo ouro serve bem como mais uma
>>     engrenagem.
>>
>>     De qualquer jeito, concordo que não dá pra ser uma crítica
>>     absoluta, e sim uma problematização dessa via e das suas
>>     potenciais consequências futuras (por exemplo, a ampliação dessa
>>     espiral produtivista, e a multiplicação das editoras predatórias).
>>
>>     Aceitando a instigada do Tom, estou escrevendo um post com a
>>     minha posição sobre esse debate. :-)
>>
>>     Abraços!
>>     Miguel
>>
>>
>>     On 09/23/2014 09:01 PM, Alexandre Hannud Abdo wrote:
>>>     Ni!
>>>
>>>     Eu acho que devemos tomar cuidado sobre como criticamos a
>>>     modalidade de acesso aberto financiada por quem submete.
>>>
>>>     Esse modelo resolve o principal problema que provocou o
>>>     movimento de Acesso Aberto: dar acesso à produção científica.
>>>
>>>     E a lógica desse modelo é muito clara, coerente e positiva,
>>>     propondo que faz parte do custo de uma pesquisa financiar a sua
>>>     disseminação.
>>>
>>>     E quando todos tem acesso à produção, ainda faz-se justiça ao
>>>     que as nações desenvolvidas, os grandes publicadores de ciência,
>>>     custeiam proporcionalmente sua disseminação.
>>>
>>>     Além disso, se editoras começaram a prestar novos serviços e os
>>>     pesquisadores começaram a usá-los, estão suprindo uma demanda e
>>>     o resultado instantâneo é positivo para todos os envolvidos.
>>>
>>>     Podemos até perguntar se a demanda é artificial, se há
>>>     desperdício etc. Mas essas são coisas que, na discussão do
>>>     acesso, apenas depois de décadas de conivência e paralisia da
>>>     comunidade científica tornaram-se problemas.
>>>
>>>     Na discussão desses novos modelos, são novos mercados ainda em
>>>     formação, diante de uma outra comunidade científica.
>>>
>>>     Comunidade que, se capaz de coordenar-se, define as políticas de
>>>     remuneração e financiamento, que traz em si a demanda, que pode
>>>     determinar quem e como irá serví-la.
>>>
>>>     Se incapaz de coordenar-se, tão menos poderá vir a substituir o
>>>     papel do mercado em atender essa demanda.
>>>
>>>     E nisso chegamos a um ponto muito maior que Acesso Aberto.
>>>
>>>     Não será um modelo ou outro de acesso que irá definir se a
>>>     academia será capaz de desenvolver inteligência conjunta para
>>>     recuperar o rumo da ciência junto à sociedade.
>>>
>>>     Qualquer modelos pode ser saudável se a academia recuperar sua
>>>     racionalidade.
>>>
>>>     E na atual conjuntura brasileira, acho muito engraçado se falar
>>>     na academia tomando conta de mais, quando mal dá conta de cuidar
>>>     do que já tem, de desenvolver perspectivas não antiquadas sobre
>>>     como já se organiza.
>>>
>>>     Diante disso confio muito mais em organizações independentes,
>>>     como o PLOS, que atua no mercado, encontrarem soluções para
>>>     problemas e propagá-las, do que soluções "públicas". E o próprio
>>>     PLOS já resolveu esse problema apontado por vocês, pois só
>>>     cobram para publicar de quem tenha recursos para isso, quem
>>>     solicita isenção justificada publica gratuitamente.
>>>
>>>     Todos os demais problemas, como os mencionados periódicos
>>>     predatórios, só existem pelo absurdo que é o atual sistema de
>>>     contagem de pontos, decorrente da incapacidade cognitiva da
>>>     academia, e não vão melhorar com um ou outro modelo, pois eles
>>>     existiam com a mesmíssima essência antes do acesso aberto, na
>>>     forma dos bundles das grandes editoras, e continuarão existindo
>>>     e até piorariam num sistema "público", com incontáveis
>>>     publicações inúteis se acumulando por corporativismo acadêmico e
>>>     sendo incorrigivelmente financiadas pela viúva.
>>>
>>>     Então muita calma antes de tacar pedra em conquistas que
>>>     efetivamente melhoram a vida de centenas de milhares de
>>>     pesquisadores, e bilhões de cidadãos, nos lugares mais frágeis
>>>     do planeta.
>>>
>>>     Vamos aproveitá-las e nos apoiar nelas para construir outras,
>>>     não ficar comparando-as com irrealidades.
>>>
>>>     Abs,
>>>     ale
>>>     .~´
>>>
>>>
>>>     2014-09-23 18:35 GMT-03:00 Everton Zanella Alvarenga
>>>     <everton.alvarenga em okfn.org <mailto:everton.alvarenga em okfn.org>>:
>>>
>>>         Esses pontos levantados por Ewout, Viviane e Miguel tem em
>>>         algum blog em português?
>>>
>>>         Valeria muito posts de blog sobre o assunto. Inclusive sobre
>>>         suas teses. ;)
>>>
>>>         O Ewout está acostumado com blogs, mas se alguém precisar de
>>>         ajuda, estou copiando a Jamila que poderá dar uma mão para
>>>         publicarmos no cienciaaberta.net <http://cienciaaberta.net>. :)
>>>
>>>         Tom
>>>
>>>         Em 23 de setembro de 2014 18:21, Miguel Said Vieira
>>>         <msv em dev.full.nom.br <mailto:msv em dev.full.nom.br>> escreveu:
>>>
>>>             O modelo ouro também é o que viabiliza as chamadas
>>>             "editoras predatórias", que fazem da publicação em
>>>             acesso aberto um negócio em que o lucro é maximizado
>>>             pela redução drástica dos padrões de qualidade exigidos
>>>             na revisão por pares -- ou mesmo pela eliminação da
>>>             revisão, na prática: se pagar, publica. (Como a Viviane,
>>>             discuti isso na minha tese.)
>>>
>>>             Embora obviamente nem toda editora trabalhando com o
>>>             modelo ouro siga essa linha (é pouco provável que o
>>>             acesso aberto em Nature e Science, por exemplo, adote
>>>             padrões de qualidade inferiores), concordo com a
>>>             avaliação de que é problemática a tendência em
>>>             concentrar o acesso aberto nesse modelo, em que a
>>>             publicação continua sendo uma prática bastante
>>>             mercantilizada.
>>>
>>>             Abraços,
>>>             Miguel
>>>
>>>
>>>         -- 
>>>         Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
>>>         Open Knowledge Brasil - Rede pelo Conhecimento Livre
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