[okfn-br] Projeto vencedor de maratona hacker no Inep propõe ampliar conceito de qualidade da educação

Everton Zanella Alvarenga everton.alvarenga em okfn.org
Quarta Abril 24 15:53:26 UTC 2013


Pessoal, vejam o texto que a Fernanda Campagnucci escreveu sobre o
hackathon to INEP. :) Tom

http://br.okfn.org/2013/04/24/projeto-vencedor-de-maratona-hacker-no-inep-propoe-ampliar-conceito-de-qualidade-da-educacao/

*Desenvolvedor da OKFn e pesquisadores de organização parceira, Ação
Educativa, integram a equipe*

Está no ar o “Escola Que Queremos” (*www.escolaquequeremos.org*), projeto
ganhador do 1º Hackathon de Dados Educacionais – concurso promovido pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) que reuniu
hackers, programadores e desenvolvedores em Brasília entre os dias 12 e 14
de abril.

Oito equipes participaram da iniciativa, selecionadas pelo Inep a partir da
inscrição de projetos que utilizassem dados do SAEB – Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica – para a criação de aplicativos.

O site foi desenvolvido em 36 horas seguidas de trabalho (veja abaixo
detalhes dos participantes da equipe), a partir do cruzamento dos
microdados do Censo Escolar e da Prova Brasil de 2011, inclusive os
questionários socioeconômicos respondidos por estudantes, professores e
diretores.
[image: Vídeo tutorial] <https://www.youtube.com/watch?v=f0kpxo3D2Ow>

Assista ao vídeo tutorial no YouTube para entender como funciona o Escola
Que Queremos

A ideia é que cada pessoa selecione, num painel de 14 indicadores,
elementos que considere importante para avaliar a qualidade de uma escola,
entre diferentes dimensões: ambiente físico, gestão democrática, insumos e
condições de funcionamento, formação e condição de trabalho dos
professores. O site também permite a comparação dos indicadores da escola
com os do município, do estado e do país.

“Partimos da constatação de que o debate sobre qualidade é pautado quase
que exclusivamente pelo Ideb [que tem por base indicadores de desempenho
dos alunos em Português e Matemática e taxa de aprovação], apesar da enorme
quantidade de dados disponíveis hoje”, diz Fernanda Campagnucci, uma das
integrantes da equipe e assessora da ONG Ação Educativa.

Para Fernanda, a ampliação do conceito de qualidade é importante para a
garantia do direito à educação. “Não basta ter a vaga, é preciso que ela
seja de qualidade. Mas como as pessoas vão poder avaliar e reivindicar isso
em suas escolas se não conhecerem as informações disponíveis?”, questiona.

Nesta primeira versão, o aplicativo permite a busca de escolas que possuem
ensino fundamental de primeiro ciclo – os dados da Prova Brasil são da 5ª
série.

*Mobilização*

De posse das informações sobre sua escola, o usuário tem caminhos para
entrar em ação, encaminhar denúncias e exigir a resolução de problemas com
as autoridades responsáveis.

“Quando o usuário do site ‘brinca’ de montar seu indicador, percebe que a
nota do Ideb pode ser uma visão muito reduzida do que é qualidade e que um
índice poderia comportar outras coisas. Esse é um grande debate no campo da
educação, mas precisa estar acessível também à comunidade escolar, não só
pesquisadores”, afirma Fernanda.

Em uma próxima versão, o grupo pretende acrescentar à ferramenta a
possibilidade de que estes e-mails sejam encaminhados de forma automática.
[image: alt]

Equipe: Adriano (à esq.), Vitor, Fernanda e Pedro (em pé); Luis participou
da concepção do projeto, mas não pôde estar em Brasília. Foto: Estevon
Nagumo.

*Dados educacionais*

Para a realização da maratona, o Inep estabeleceu um acordo de cooperação
técnica com a Fundação Lemann, que ajudou o órgão a acelerar a consolidação
de sua base de dados.

Vitor Baptista, que trabalha com dados públicos e desenvolve aplicações com
dados abertos na OKFn, avaliou positivamente o conjunto de dados
disponibilizados. Foi a primeira vez que ele usou dados educacionais.
“Apesar de ele ter algumas falhas, foi o melhor que já vi até agora”,
afirma.

Ainda assim, durante a maratona, a equipe do “Escola Que Queremos” precisou
deixar de lado dimensões e indicadores que considerava importantes, mas
sobre os quais não havia dados confiáveis disponíveis.

É o caso do salário dos professores, que o grupo pretendia comparar com o
Piso Salarial Nacional para o Magistério da Educação Básica. Os
questionários preenchidos pelos docentes trazia um campo com o salário
bruto, mas essa informação não pôde ser aproveitada para o cálculo do piso
pela forma como as questões foram elaboradas.

“Não havia clareza sobre bonificações ou descontos, por exemplo. E para
fazer qualquer comparação salarial, seria necessário pegar o valor bruto
declarado e dividir pelo total de horas semanais declaradas pelo
funcionário, para tentar chegar a um valor médio de hora/aula. Como o
professor precisa enquadrar sua carga horária em faixas genéricas – como
‘até 19 horas-aula’ e ‘mais de 40 horas aula’ -, torna-se virtualmente
impossível tentar calcular uma média de hora-aula por professor sem
incorrer em graves distorções”, explica Pedro Guimarães, um dos
programadores da equipe.

Já que o salário do professor é uma informação relevante para avaliar a
qualidade da educação, Pedro sugere que este campo do questionário seja
aprimorado. “Se o questionário permite que o funcionário escreva por
extenso seu salário, por que não permitir também que escreva por extenso o
número de horas-aula que trabalha por semana?”.

*Código aberto*

O “Escola Que Queremos” é um software que possui seu código registrado sob
licenças livres na internet. A ferramenta está licenciada sob a GNU/AGPL,
licença que torna o projeto livre e aberto a colaborações e uso por toda a
sociedade. Isso significa que seu código pode ser replicado, modificado,
reinstalado por qualquer pessoa e para qualquer fim, desde que citada a
fonte.

O código está disponível sobre a plataforma de controle de versão conhecida
como Git, e o repositório gratuito pode ser acessado no
GitHub<https://github.com/vitorbaptista/escola-que-queremos>,
repositório este que reúne as informações sobre o software e seus
códigos-fonte. Lá é possível também relatar problemas e sugerir melhorias,
e desenvolvedores da comunidade do software livre já começam a inserir suas
contribuições ao projeto.

*Outros projetos do Hackathon*

Os vencedores receberão, até 30 de abril, uma bolsa de R$ 5 mil para
investir no desenvolvimento de seu produto. A equipe que ficou em segundo
lugar (*Projeto “Padeb” <https://github.com/andreluism>*), receberá R$ 3
mil e a que conquistou a terceira posição (Projeto* **“Busca
Escola”)*,<http://www.buscaescola.org/> R$
2 mil. Conheça os outros projetos participantes:
*Zoom<https://github.com/dataeduc/zoom>
*; *Política do Futuro <http://www.politicadofuturo.com.br/>*;
http://inep.envolva.org ; Valorize (projeto de valorização de professores ,
não foi concluído); e* EduQI <http://eduqi.org/>.*

*A equipe*

*Adriano Bonat*, 27 anos, de Porto Alegre, é graduado em Ciências da
Computação pela Universidade Federal de Pelotas e desenvolvedor de software
na empresa ThoughtWorks

*Fernanda Campagnucci*, 27 anos, de São Paulo, é jornalista, editora
do Observatório
da Educação <http://www.observatoriodaeducacao.org.br/> da ONG Ação
Educativa <http://www.acaoeducativa.org.br/> e mestranda em Educação na
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP)

*Luis Felipe Serrao, *27 anos, é cientista social, assessor da ONG Ação
Educativa <http://www.acaoeducativa.org.br/> e mestrando em Educação na
FE-USP

*Pedro Guimarães*, 27 anos, de João Pessoa (PB), é desenvolvedor de
software no Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira do
PNUMA/MCTI no Laboratório Nacional de Computação Científica, integrante do
Circuito Fora do Eixo e entusiasta do Software Livre.

*Vitor Baptista*, 27 anos, de João Pessoa (PB), é desenvolvedor de software
e trabalha com dados abertos e transparência pública para a Open Knowledge
Foundation (OKFn) <http://br.okfn.org/>

-- 
Everton Zanella Alvarenga (also Tom)
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