[okfn-br] Dá-lhe mais uma hackatona!

Álvaro Justen [Turicas] alvarojusten em gmail.com
Domingo Abril 6 18:03:52 UTC 2014


2014-04-06 12:56 GMT-03:00 Everton Zanella Alvarenga <tom em okfn.org.br>:
> Oi Álvaro e todos,

Tom, obrigado pela resposta detalhada! Minhas respostas seguem entre-linhas.

> sobre a OKBr, somos uma organização em construção, portanto levantamentos
> como os seus são importantes. Até mesmo antes de fundarmos a associação, eu
> já pensei em formas de financiamento como o que propõe, mas espero que com a
> associação formalizada, facilitará conseguirmos algo nesse sentido,
> principalmente se conseguirmos virar formalmente uma organização da
> sociedade civil de interesse público (OSCIP). Uma organizaçào da sociedade
> civil já somos, agora precisamos mostrar que há um interesse público - pelos
> nossos objetivos <http://br.okfn.org/estatuto>, há, mas precisamos mostrar
> mais isso na prática. O formato da associação foi pensado junto ao instituto
> Pro Bono com esse objetivo, o se tornar-se uma OSCIP.

Legal! Não sabia que era esse o objetivo. Acredito que sendo OSCIP
seja bem mais fácil conseguir patrocínios de empresas de lucro real.


> Sobre financiamento dos aplicativos com dinheiro público, acho bastante
> pertinente a proposta. Quando organizamos a hackatona na Câmara Municipal de
> São Paulo (CMSP), uma das coisas que eu sugeri ao então presidente da câmara
> José Police Neto, que apoiou o evento, junto com o Eduardo Miyashiro, então
> coordenador de TI da CMSP, foi o de providenciarmos hosting para os
> aplicativos durante e após a competição.
>
> Eu e o Eduardo procuramos alguns financiadores, mas a única coisa que
> conseguimos foi o prêmio de R$ 10000 do banco Itaú e alguns brindes - na
> realidade, quem conseguiu foi o Police. Eu preferia prêmios não monetários,
> como hospedagem e suporte para manter os aplicativos, assim como uma viagem
> para participarem da Open Knowledge Festival naquele ano. Mas para uma
> primeira parceria com um órgão público de uma iniciativa da sociedade civil
> organizada, acho que estava de bom tamanho o prêmio. Tanto que ano passado
> um dos vencedores, o Felipe Bergamo, participou ano passado da OKCon, em
> Genebra, também financiado pelo banco Itaú (@Gui, acho que merece pensarmos
> num post sobre isso ou adicionar essa info no que estamos pensando ; )

Muito bom. :-) Será que o Itaú teria algum tipo de interesse em
colaborar frequentamente? Mensalmente, trimestralmente...
Uma outra possibilidade, é com associações. Já fiz parte da diretoria
da Associação Python Brasil[http://associacao.python.org.br/] e nela
as fontes de lucro são 3, basicamente:

- Valor da associação pago anualmente pelos associados - no nosso
caso, temos apenas para pessoas físicas, mas acho que seria legal ter
para pessoa jurídica também;
- Lucro (se houvesse) da conferência nacional anual da linguagem, a
PythonBrasil[http://www.pythonbrasil.org.br/];
- Doações de empresas ou indivíduos.

> Após voltar da conferência em Genebra, o Police Neto me chamou para uma
> conversa para pensarmos em formas de termos um Portal de Dados Abertos
> mantido pela sociedade civil. Ele mencionou uma lei criada por ele em 2008
> que criava um fundo a partir do ISS das empresas de TI. Tenho que voltar a
> ver isso. Chamei o pessoal da CGM SP para uma conversa, mostrou-se
> interesse, mas no final ninguém deu continuidade (paras essas coisas darem
> certo, é sempre preciso alguém que fique em cima ;). Vou tentar retormar em
> breve e posso criar um e-mail com detalhes sobre esse fundo para
> compartilhar aqui.

Opa, nessa entra um projeto pessoal que estou desenvolvendo:
http://brasil.io/ :-)
Ainda está bem no começo, mas vários já se interessaram. Farei uma
apresentação sobre ele no FISL desse ano, onde teremos a primeira
versão lançada.
Talvez possamos unir esforços nesse sentido...

> Sobre participarmos de editais, acho ótimo. Talvez podemos colocar todos que
> podem ser de nosso interesse num pad e quando alguém descobrir um atualiza e
> manda aqui para a lista? Como pretendemos funcionar como uma organização
> plataforma, precisamos escrever isso melhor em nossa página para que outras
> pessoas possam propor projetos que queria fazer via OKFBr.

Infelizmente, para a maioria dos editais, é necessário ter professores
doutores ligados a instituições de pesquisa assinando as propostas aos
editais. Mas talvez dê para conseguir também editais que não tenham
essa necessidade (ou encontrar possíveis professores-parceiros em
universidades).


> E espero podermos criar uma campanha no médio prazo no estilo da da
> Wikimedia Foundation. Estou lendo o livro "Mais dinheiro para sua causa", do
> Daniela Kelley, e há algumas dicas sobre isso. Mas temos passos anteriores a
> serem dados.

Antes de uma campanha maior, uma coisa que é fácil de implementar é
ter um botão para doações voluntárias (que pode ser implementado
usando PayPal, PagSeguro ou mesmo o GitTip[http://gittip.com/]).
Poderia ter isso no site (no cantinho) e também explicitar em todas as
ações (hacktons, posts no blog etc.) que a organização é aberta a
doações.

> Já a brincadeira sobre o capitalismo, nesse meu engatinhamento pelo terceiro
> setor brasuca, acho que o problema é mais embaixo. O que vejo de desencontro
> de informação até mesmo entre alguns peritos não é brincadeira. E se comparo
> o nível de algumas discussões sobre organizações da sociedade civil
> americanas, européias e as nossas, parece que ainda temos um longo caminho
> pela frente. Pois veja, em 2009 eu já chamava a atenção, num debate com o
> Milton Jung, Vagner Diniz e Soninha, para algumas coisas ocorrendo nos EUA e
> Europa (hackathons, Sunlight Foundation (EUA), My Society (Inglaterra)
> etc.). Quanto tempo demorou para termos alguma coisa mais organizada nesse
> sentido?
>
> Por fim, lembro de ter visto uma aula do Alexandre Abdo onde ele dizia algo
> como o objetivo de algumas ONGs seria deixarem de existir, quando algumas
> estão fazendo o papel do Estado (@Abdo, se ler isso aqui e puder explicar
> com mais detalhes e referências, seria legal). E isso é  pouco compreendido
> pelo perfil das pessoas chamadas de forma um tanto pejorativa de "ongueiras"
> - ONG, estou sentido agora, tem uma conotação muito ruim no Brasil, talvez
> pela falta de transparência e corrupção disseminada nos mais diversos
> setores, daí a descrença.

Uma outra abordagem - diferente das ONGs que vivem somente de
patrocínio - é utilizar o conceito de negócio social definido, por
Muhammad Yunus[https://pt.wikipedia.org/wiki/Neg%C3%B3cio_Social],
onde a OKFN-BR poderia ter produtos/serviços que são vendidos a
instituições (exemplo: relatórios personalizados, feitos usando dados
abertos) e o lucro desses produtos seria usado para manter toda (ou
parte da) estrutura da organização.

> Abraços,

[]s
 Álvaro Justen "Turicas"
   http://turicas.info/ http://twitter.com/turicas
   http://CursoDeArduino.com.br/ http://github.com/turicas
   +55 21 9 9898-0141



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