[okfn-br] Saída do Conselho Deliberativo

Everton Zanella Alvarenga tom em okfn.org.br
Sábado Agosto 29 11:17:45 UTC 2015


Olá, Gisele. Olá, pessoal.

Primeiramente, gostaria de deixar registrado meus agradecimentos por toda
sua dedicação à OKBr nos últimos anos. Como sempre soube, foi uma das
primeiras pessoas convidadas a participar da construção do nosso grupo,
junto aos outros colegas colaboradores do GPopAI (Grupo de Pesquisa em
Políticas Públicas pelo Acesso à Informação), quando nos conhecemos quando
estávamos todos tentando reformular nossa obtusa lei de direitos autorais.
Lembro até hoje as discussões que tínhamos, eu e a Gisele, num projeto em
que eu desenvolvi um script para análise de download via torrents do Pirate
Bay, desenvolvido desde 2009, onde mediríamos o impacto dos downloads de a
lei de direitos autorais fosse, de fato, reformada - uma pena as forças
econômicas e corporativas terem falado mais alto nessa época.

Para registro histótico da OKBr, lembro que escrevemos um projeto já
pensando em sustentabilidade para a Incubadora de inovação da EACH USP <
http://inovacao.usp.br/818/> no final de 2011, enquanto o trabalho de
mapear todos atores de nossa rede <
http://wiki.okfn.org/Chapters/Brazil/people> nas nossas principais áreas de
atuação: governo, educação, ciência e cultura, sem esquecer um grupo de
jornalismo de dados que planejamos criar desde o começo.

Nessa nossa fase de construção e amadurecimento, também está ficando claro
os papeis e espaços dentro de uma organização. Em conversas do GT de
Governança com a comunidade e parceiros, tem ficado claro a distinção entre
os executivos e os conselheiros, como bem relatado nesse texto que
trasncrevi aqui
<http://open-knowledge-foundation-brasil-rede-pelo-conhecimento-livre.50579.x6.nabble.com/okfn-br-Caminhos-para-o-desenvolvimento-de-Organizacoes-da-Sociedade-Civil-tp4863p5002.html>,
ao qual destaco:

O Conselho Deliberativo é a entidade legal responsável pela Organização da
Sociedade Civil (OSC) perante deus, homens e mulheres. Ela toma as decisões
de maior importância, tal como a aprovação do orçamento e das despesas. Se
a diretoria se sente responsável pelas despesas, deveria também
sentir-se *responsável
pelas receitas*. Ela contrata também o Diretor Executivo que é um membro ex
officio da diretoria e, em última instância, contrata também os demais
executivos/officers/executives que não fazem parte do conselho
deliberativo. *A chefe de um conselho deliberativo, eleita por seus pares,
os demais membros do Conselho Deliberativo, poderia ser chamada de
Presidente... mas não deveria considerar-se uma executiva: deveria presidir
o Conselho Deliberativo que se ocupa da estratégia da organização e não dos
detalhes de sua adminitração.* essa tarefa pertence à Diretoria Executiva.

Sua atuação como líder na execução de projetos tem contribuído enormemente
para o crescimento e apredizado da OKBr, desde o Cuidando do Meu Bairro a
pesquisas importantes alinhadas ao nosso trabalho, como a ILDA, o
diagnóstico dos portais de transparência e a metodologia ODRA em parceria
com a Secretaria de Transparência do DF.

É importante dizer para todos que seu trabalho, como conselheira ou
executiva, é de caráter voluntário. A Gisele, além de professora com
dedicação exclusiva da EACH USP, vem colaborando conosco desempenhando algo
que é pouquíssimos valorizado pelas universidades, mesmo sendo um de seus
pilares: a extensão universitária.

A Gisele foi responsável por trazer diversos jovens para nossa rede, alguns
deles muito atuante, seja como voluntário, seja como prestador de serviços
(obrigado, Andres, você também!). E é por isso que já adiantei entre nossos
colegas colaboradores professores universitários, Gisele, Heloisa e Tel,
que estão tão próximos nessa construção, que deveríamos pensar em formas de
inspirar outros professores a terem essa atuação pouco valorizada pelas
nossas universidades. Lembro de ter conversado com o Tel até mesmo em criar
algo como "Pesquisador Colaborador da OKBr" ou algo que o valha. Num mundo
em que as pressões são apenas para publicações (os processos meritocráticos
das universidades são pouco saudáveis, vide colegas dessa mesma
universidade que cometem plágio ou produzem trabalho de qualidade
questionável, quando não feito pelos alunos de pós graduação ou pósdoc),
temos que dar todo apoio por aqueles que ousam enfrentar o status quo e ir
além do trabalho tradicional pelo qual são cobrados. E devemos nos
questonar se, no contexto atual da sociedade brasileira, o que é exigido é
o que a sociedade realmente necessita. Qual é a missão da universidade
pública brasileira?

Sendo essas escolas um dos principais lugares de produção e disseminação de
conhecimento, devemos nos questionar por que só uns poucos têm a genuína
preocupação de abrir esse conhecimento para a maioria da população que a
financia.

E por isso devemos valorizar profissionais como a Gisele, a Heloisa e o
Tel, pois as resistências e mudanças culturais não serão fáceis, mas já
demos um grande passo nessa construção coletiva a tantas mãos e com tantas
pessoas de qualidade ímpar.

Obrigado mais uma vez,

Everton
Open Knowledge Brasil
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