[okfn-br] Retirada da fazer-cracia e proposta sobre a meritocracia

Jorge Machado machado em usp.br
Quarta Julho 8 15:12:14 UTC 2015


Esse artigo (do Moyses) é muito conservador e visa confundir o leitor.
Vamos ao contexto. Antes a UFRJ (onde ele dá aula) estava sob
intervenção federal. O reitor José Vilhena - terceiro colocado na
votação da universidade - havia sido indicado por decreto pelo FHC, em
total desrespeito à vontade da comunidade. Isso gerou ondas protestos
que se alastraram pelos campi da UFRJ e duraram todo mandato e geraram
anos de tensão.

O discurso desse professor é o de uma raposa velha que tenta confundir
as coisas. Veja o ranço dele quando se refere às organizações de
trabalhadores como "hostes [de hostis, inimigos] sindicais". E "hoste"
também é o serviço militar que os vassalos deviam aos nobres no período
medieval. É isso que pensa a elite desse país pós-colonial quando os
"vassalos" tentam participar de processos decisórios...

Esse modelo não é bom para a OKBR. Talvez a gente tem que voltar as
raízes que levaram à criação da OKBR.

Abs
Jorge

PS: E para falar de reitores, se fosse pelo mérito a USP poderia ter
tido um Aziz Ab'Saber, Mário Schemberg, Antonio Cândido, Florestan
Fernandes, apenas para citar alguns... Por trás da meritocracia, temos
uma universidade pessimamente gerida, sem transparência (ou "opaca" como
dizem alguns), com /accountability/ quase nulo...





On 08/07/2015 15:10, Everton Zanella Alvarenga wrote:
> Caros,
>
> retirei da nossa página de valores <http://br.okfn.org/valores/> a
> fazer-cracia
> <http://wiki.okfn.org/Talk:Open_Knowledge_Brasil/Valores>. Ele é
> controverso, como alguns membros ativos apontaram quando a propus como
> um de nossos valores e, na minha opinião, a prática mostrou seus
> defeitos (e. g., risco de sobrecarga).
>
> Lembro que uma das coisas que gostei quando conhecia a Open Knowledge
> era que um de seus valores era a meritocracia, o que gostaria de
> propor como um de nossos valores como organização.
>
> Para reflexão sobre o assunto, sugiro o texto do professor Moyses
> Nussenzveig, "Universidade Democrática é Meritocrática
> <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2004/11/12/495244/universidade-democratica-e-meritocratica.html>",
> que gostei muito na época em que foi escrito devido a certa confusão
> feita com o uso do conceito de democracia (e. g., uma organização que
> defende a democracia não necessariamente é democrática).
>
> Nesse mesmo contexto, o conceito de democracia me parece também ser
> confundido, principalmente quando acreditamos que toda e qualquer
> opinião deve ser acatada, ignorando a importância de /representantes/
> que assumem /responsabilidades/ (e. g., se um representante político
> que foi democraticamente eleito fosse ouvir todos seus eleitores,
> sobre tudo, até que um consenso fosse atingido, como conseguiria
> trabalhar?)
>
> Fica aqui a proposta para a meritocracia ser um de nossos valores como
> organização. E depois podemos escrever uma redação o que queremos
> dizer com isso, já que nem sempre ela se aplica (e. g., quando as
> condições iniciais e de ambiente não são de igualdade).
>
> Tom
>
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