[okfn-br] Fim do texto em duas colunas nas publicações científicas! e uma nova cultua despontando

Peter Krauss ppkrauss em gmail.com
Quinta Junho 4 12:46:56 UTC 2015


Sinopse: dados abertos e conhecimento aberto científicos irão se beneficiar
da redução de custos e da maior proximidade entre publicações XML, PDF e
EPUB.

- - - -

Comecemos pelo exemplo: compare o PDF de dois artigos aleatórios da revista
PlosONE, um recente de 2015 outro de 2014 ou antes,
  PDF PlosONE de 2015
<http://www.plosone.org/article/fetchObject.action?uri=info:doi/10.1371/journal.pone.0126791&representation=PDF>
;
  PDF PlosONE de 2014
<http://www.plosone.org/article/fetchObject.action?uri=info:doi/10.1371/journal.pone.0104033&representation=PDF>
.

Surpresa?  O de 2015 está mais "feinho"!  Involução? Falha no sistema?

Não é falha... Explico, dentro de uma perspectiva histórica e tentando
encaixar o Brasil nesse contexto.

Em 2011 lançamos uma "profecia patriótica", de que o processo produtivo das
revistas científicas seria mais eficiente e muito mais barato,
  http://www.datagramazero.org.br/out11/Ind_com.htm
a eficiência vem sendo lentamente conquistada nas revistas brasileiras pela
iniciativa do SciELO de adotar o XML como "dual" do PDF, desde 2013
   http://blog.scielo.org/blog/2014/04/04/xml-porque/
mas o custo não: ainda hoje a diagramação de artigos científicos nas
revistas brasileiras segue o modelo produtivo artesanal tradicional, os
retoques e revisões são impostos por uma cultura de "fazer bonito no
papel".
A exigência dos autores e editores brasileiros em revisar a *prova
tipográfica*, e não levarem a sério e se restringirem à *revisão do
conteúdo* antes dessa *prova*, tem um custo financeiro altíssimo. O tal do
processo XML-Publishing só vai ser significativamente mais econômico se não
houver intervenção humana nem loops de revisão...
Essa cultura tem sido a maior barreira à profecia de 2011.

Isso não ocorre apenas no Brasil, mas em revistas onde autores e editores
mantém no subconsciente, como modelo, as suas Rolls-Royces (ex. Nature
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Welcome,_Nature._Seriously_(from_PLoS)_(5405189157).jpg>)...
É como um indústria de carros 1.0 querendo imitar o design tradicional de
alto luxo, a um custo de dois carros... Injustificável para as revistas,
inclusive de alto impacto, que praticamente não publicam mais em papel.

O que mudou agora em 2015??

Maior revista científica do mundo, e OpenAccess
<https://en.wikipedia.org/wiki/Open_access> de maior impacto, a PLOS ONE
<https://en.wikipedia.org/wiki/PLOS_ONE>, depois de "engolir" durante anos
que os autores pagavam muito caro para estar na revista, decidiu iniciar a
sua cruzada contra a cultura irracional da revisão da prova tipográfica. O
contrato do autor com a revista é em torno do conteúdo (do XML!), não da
sua visualização no papel.

Na Web esse dilema do "PDF feinho" é também rotulado de "dilema do *fluid*
vs *rigid*", já citado aqui na Lista pelo Andrés,
  http://clintlalonde.net/2015/05/02/are-you-analog-or-digital/

O que ocorreu na PlosONE, de qualquer forma, não foi uma decisão de design,
mas uma decisão de processo produtivo.
...
As revistas científicas ainda não podem "aposentar o PDF" pelo mesmo motivo
que os Diários Oficiais: o PDF é que tem valor de registro oficial. Isso
vai levar um tempo, mas o PDF de uma coluna não só é mais barato de
produzir, como também mais barato (custo de raspagem de dados) de comparar
e demonstrar que está contido no XML.
...
Agora o subconsciente dos autores e editores científicos brasileiros já tem
para onde olhar... Que tal iniciar uma campanha nas universidades
brasileiras?
   POR FAVOR SONHEM EM SER UMA PLOS ONE!
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://lists.okfn.org/pipermail/okfn-br/attachments/20150604/86dde72e/attachment-0004.html>


Mais detalhes sobre a lista de discussão okfn-br